A Bahia trabalha para tornar-se um referencial no setor de café. Enquanto a média brasileira é de 16 sacas por hectare, naquela região a produtividade média, nos últimos 11 anos, é de 56 sacas por hectare, sendo que alguns cafeicultores alcançam até 100 sacas por hectare.
Segundo o secretário de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia, Geraldo Simões, esse é um dado que justifica os investimentos privados e também o empenho do governo em incentivar o crescimento da atividade no estado. ‘O café das áreas irrigadas do oeste da Bahia é muito competitivo. Além disso, a diversificação de lavouras é uma excelente estratégia. Quem tem um pote só, se quebrar, fica com sede. Não é o caso da Bahia, um estado com grande extensão territorial e muitas possibilidades’, garantiu.
Atualmente, a Bahia produz cerca de 2 milhões de sacas por ano, em uma área total de 110 mil hectares. O interesse dos agricultores está concentrado no potencial do Cerrado, onde a topografia plana possibilita mecanização total; há áreas já irrigadas que podem ser migradas para a cultura do café; e ausência de risco climático já que a região nunca teve uma geada.
‘Nossa principal motivação é a possibilidade de conseguir um café de alta qualidade com produtividade’, ressaltou o vice-presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes do Oeste da Bahia (AIBA) e executivo do Grupo Castilhos, um dos pioneiros na cultura de café irrigado na Bahia, Sérgio Pitt.
O maior gargalo, sobretudo tratando-se de uma cultura que é 60% direcionada à exportação, é a logística. ‘A solução tem que compor uma série de investimentos, mas, sem dúvida, o principal deles é a construção da ferrovia Oeste-Leste’, disse o executivo em reportagem do Valor Econômico.
Enquanto isso não é realidade, o foco dos investimentos, segundo Pitt, será na introdução de novas variedades e formas de manejo.