Construtora investe em redução de impacto socioambiental

30 de outubro de 2007 | Sem comentários Produção Sustentabilidade
Por: 30/10 10:15 - Piniweb

Uma das maiores dores de cabeça de construtoras de rodovias são os atritos com as comunidades impactadas pela obra, que podem atrasar o cronograma e freqüentemente sujam a imagem da empresa. Para tentar neutralizá-los na construção de uma rodovia no Peru, a Construtora Norberto Odebrecht usou 0,5% do total investido na obra em projetos de melhorias socioambientais locais.


A construtora participa do consórcio Concin – do qual faz parte também a Andrade Gutierrez e a peruana Graña y Montero – que obteve a concessão, por 25 anos, do Eixo Multimodal Amazonas Norte. Trata-se de uma rodovia de 955 km que cruzará o Peru desde a cidade portuária de Paita, no litoral, até Yurimaguas, na selva peruana. Além das duas regiões, a rodovia passa, ainda, pela Cordilheira dos Andes.



Nesta região se encontrava o ‘ponto nevrálgico’ da obra, como definiu Francisco Martins, gerente de produto da Projetec, empresa contratada pela Odebrecht para implantação do sistema de gestão socioambiental. Um trecho de 36 km da rodovia será construído na Cordilheira Escalera, área recém transformada em zona de Proteção Ambiental. Além disso, era uma região de cultivo rudimentar de café pela população local. A interferência da construção da rodovia, como era de se esperar, sofreu resistência da comunidade local e de ONGs ambientais.



No meio do movimento de hostilidades contra o empreendimento, o consórcio propôs o Pacto pela Escalera, em que se comprometeu a minimizar os impactos ambientais decorrentes da obra e financiar projetos de inclusão dos moradores. Apesar de os projetos não estarem diretamente ligados a soluções de engenharia do processo construtivo, os recursos investidos saíram da verba da própria obra. ‘Com menos de 0,5% do investimento total, conseguimos ótimos resultados’, afirma.



Os pequenos agricultores locais, que há tempos reclamavam da baixa remuneração de seu café orgânico, receberam ajuda para associar-se a uma cooperativa de cafeicultores, localizada a apenas 50 km de distância. ‘O valor de venda do produto triplicou depois das ações’, conta Martins. Para minimizar ao máximo a perda da biodiversidade da região que já era pólo de atração de traficantes de mamíferos o consórcio ajudou a implantar um Centro de Custódia de animais, com abrangência dentro de um raio de 650 km. O Centro, atualmente em pleno funcionamento, tem a função de receber, acolher e reabilitar os animais afetados pela obra.



O investimento privado total na rodovia foi de US$ 220 milhões. A implantação do sistema de gestão socioambiental compreendeu quatro etapas e durou seis meses, a partir de março de 2006. O case foi apresentado por Martins no ciclo de palestras sobre Obras de Infra-Estrutura, no terceiro dia do Construtech 2007.



Por Renato Faria, repórter da Revista Téchne


 

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