Empresários discutem concorrência
Adriana Patrocínio
A concorrência de fabricantes de outros estados no mercado baiano tem preocupado as indústrias de café locais. Segundo o Sindicato das Indústrias de café da Bahia (Sindicafé), o preço dos produtos de fora está muito abaixo da média praticada atualmente, provocando perda da lucratividade entre as empresas. Para discutir estratégias de recuperação, cerca de 20 empresários do setor estarão reunidos durante todo o dia de hoje, no Sindicafé, que fica no complexo da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), no Stiep.
O vice-presidente do Sindicafé, Roberto Almeida, comenta que a forte concorrência também é provocada pela tendência cada vez maior de concentração dos supermercados e a conseqüente eliminação do pequeno varejo. “A concorrência deixa de ser saudável se passa para a prática de preços baixos, o que só é possível com a utilização de grãos de café de baixa qualidade, o que afasta o consumidor”, observa Almeida, citando que, enquanto o café fabricado no estado chega hoje ao consumidor final por cerca de R$8 o quilo, os produtos da concorrência estão sendo ofertados, em média, por R$6,80.
No encontro, promovido pela Associação Brasileira da Indústria de café (ABIC) e aberto também a diretores das empresas ou seus funcionários e colaboradores, gerentes, encarregados e vendedores e outros, será apresentado a série de certificações e programas desenvolvida pela entidade, com a intenção de auxiliar as indústrias a melhor focar seus produtos, reposicionando-os no mercado. “Deve ser feito um esforço conjunto do setor em busca da recuperação da lucratividade por meio da segmentação, diferenciação e inovação”, frisa o diretor-executivo da ABIC, Nathan Herszkowicz, que também estará presente no evento.