ECONOMIA
22/10/2007
Viviane Monteiro
São Paulo. As empresas de torrefação de café de pequeno porte tentam sobreviver no mercado, considerado concentrado por seis grandes grupos – entre eles Sara Lee, Café Santa Clara, Melitta. A saída das pequenas vem do crescimento do consumo do tipo gourmet.
O diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, diz que o consumo da bebida com maior valor agregado aumenta 15% ao ano, bem acima que os 6% anuais verificados no café convencional.
Historicamente, as pequenas empresas – estimadas em cerca 2 mil unidades distribuídas pelo Brasil – operam com ociosidade de 60% da capacidade instalada, enquanto os grandes grupos trabalham com quase 100%. É por isso que as menores buscam se diferenciar com o gourmet. O segmento responde por 4% do consumo nacional, que deve chegar a 17,3 milhões de sacas (60 quilos) em 2007, 8% mais que as 16,5 milhões em 2006 – quase a totalidade da produção é das pequenas.
De acordo com Herszkowicz, as micro e pequenas empresas compram equipamentos menores para a fabricação de café gourmet, com recursos do Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame), do BNDES.
A Bravo Café é uma destas pequenas que está investindo no gourmet. Instalada em 2002 na própria fazenda, na região de Alta Mogiana (SP) – que produz café para exportação desde 1967 -, a indústria tem capacidade para processar de 35 a 40 toneladas mensais – mas opera com apenas 50%.
– O consumo é pequeno, é um mercado competitivo e ainda estamos lutando para ocupar espaço – diz Diogo Ribeiro, diretor. A expectativa dele é que o faturamento deste ano fique entre R$ 6 e R$ 7 milhões, 20% mais que em 2005.
Herszkowicz estima que a participação do tipo gourmet dobre nos próximos cinco anos, diante da demanda cada vez maior. Por ser um produto com maior valor agregado, tem uma representatividade maior (8% a 10%) no faturamento do setor, previsto em R$ 6,7 bilhões este ano., 15% mais que em 2006.
[ 22/10/2007 ] 02:01