Maria Luisa Rodenbeck estava em táxi que colidiu com ônibus no Rio de Janeiro
Motorista do táxi também morreu no acidente; empresária já havia aberto cinco unidades da rede de cafeterias norte-americana
ITALO NOGUEIRA MÁRCIA BRASIL DA SUCURSAL DO RIO
A empresária carioca Maria Luisa Rodenbeck, 49, que trouxe para o Brasil a rede norte-americana de cafeterias Starbucks, morreu ontem em um acidente de trânsito na avenida Niemeyer, em São Conrado, zona sul do Rio de Janeiro. A diretora-executiva da rede no Brasil estava em um táxi que colidiu de frente, por volta das 6h20, com um ônibus. A empresária e o motorista do táxi, Valdélio Alves Muniz, 51, morreram na hora. De acordo com a família da empresária, ela seguia da Barra da Tijuca para o aeroporto Santos Dumont, no centro, onde embarcaria para São Paulo, onde participaria de uma reunião de negócios.
No ônibus da viação Pégasus, que opera a linha S-020 (Carioca-Recreio dos Bandeirantes), havia 65 passageiros, além do motorista, Israel Aguiar, e do cobrador. Ninguém no ônibus ficou ferido. O caso foi registrado na 15ª Delegacia de Polícia (Gávea).
A empresária instalou cinco lojas da Starbucks na cidade de São Paulo e se preparava para abrir neste mês mais duas unidades na região da avenida Paulista. A rede nacional criada pela empresária, cuja primeira unidade foi aberta em dezembro, no shopping Morumbi, alcançou o quinto lugar no ranking de mercados da marca em atendimento diário ao cliente. O Starbuck atende 11 mil pessoas em 40 países, segundo a assessoria de imprensa da rede no país.
Ultrapassagem
Segundo a polícia, testemunhas relataram que o taxista teria feito uma ultrapassagem perigosa, ocasionado o acidente. A colisão aconteceu por volta das 6h20. O Uno Mille em que a empresária e o taxista estavam ficou com a parte dianteira totalmente destruída. No IML (Instituto Médico Legal), a família do taxista disse que foi a primeira vez em que ele se envolveu em um acidente de carro. Ele morava em Irajá (zona norte) e seu enterro estava previsto para hoje no cemitério do bairro.
Entre as 6h30 e 10h, a avenida Niemeyer, que liga São Conrado ao Leblon, deixa de ser mão dupla para facilitar o tráfego em direção ao centro.
Um grande engarrafamento se formou na área e 11 guardas municipais tiveram que orientar o trânsito. A avenida Niemeyer foi liberada apenas às 10h, quando os veículos e os corpos foram retirados da via.
A empresária foi enterrada à tarde no cemitério São Francisco de Paula, no Catumbi (zona norte). A cerimônia foi acompanhada por cerca de 200 pessoas, entre amigos, familiares e executivos. O marido de Rodenbeck, o também empresário Peter Rodenbeck, levou o caixão e, emocionado, preferiu não dar declarações. A irmã da vítima, a produtora Vera Novello, fez uma homenagem de despedida à empresária durante a cerimônia. A família pediu à imprensa que não acompanhasse o enterro e o velório.
Outback
Segundo parentes e amigos da empresária, Rodenbeck estava feliz com desempenho dos negócios e voltou recentemente de uma viagem à Austrália. Ela acompanhou o marido, que recebeu prêmio da rede Outback como o melhor operador internacional da marca. Em razão dos negócios, a empresária e o marido mantinham duas residências, uma no Rio e outra em São Paulo. Ela não deixou filhos. “Ela era a prova de que, para ser empresária bem-sucedida, não precisava ser grossa”, disse Marcelo Cherto, diretor-geral do grupo Cherto, que a conhecia havia 19 anos. “Ela vivia usando ponte aérea e foi morrer logo dentro de um táxi”, lamentou.