Uma batalha feroz atingiu a indústria cafeeira do Quênia. Os produtores estão demandando melhores pagamentos por suas produções. Eles estão divididos entre o sistema tradicional de leilão da Bolsa do Café de Nairobi (NCE) e a utilização das vendas diretas certificadas pelo governo no fim do ano passado.
Alguns produtores reclamam que agentes inescrupulosos participantes do sistema de vendas diretas estão atrasando o pagamento e pagando pouco pelos grãos. Outros dizem que o leilão central falha em fornecer preços competitivos uma vez que os agentes supostamente estabelecem o preço em conluio.
“As reclamações sobre os preços são apenas a ponta do iceberg. Há uma guerra feroz sobre acordos de mercado entre os agentes envolvidos com o leilão e aqueles que vendem a commodity externamente,” disse um produtor.
A rivalidade ficou mais evidente quando Joshua Ngeera, diretor do leilão, disse que as vendas diretas apresentam sérias ameaças aos produtores devido aos pagamentos atrasados e riscos envolvidos quando do envio da commodity para mercados externos. Mas alguns cafeicultores dizem que o sistema de leilão não é transparente.
Pius Ngugi, da gigante Thika Coffee Mills, disse que embora alguns agentes precisem ser vigiados por causa da fixação de preços, os produtores devem esforçar-se para melhorar a qualidade da produção para obter melhores retornos.
Estatísticas da Bolsa de Café do Quênia (CBK) mostraram que o sistema de vendas diretas tem falhado, quase um ano após sua introdução, em parte por causa das dificuldades de se alcançar oportunidades de mercado viáveis no exterior. O alto custo do frete e dos seguros também representa um empecilho para a maioria dos produtores que querem exportar sua produção.
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Adaptação: Centro de Inteligência do Café