Cafeicultor colheu 75% da safra, previsão é que seja finalizado no início de setembro

Previsão de produtores é de que o trabalho seja finalizado no início de setembro próximo.

As principais regiões produtoras de café em Minas Gerais – a maior referência é o Sul do Estado onde está concentrado 50% da produção – já colheram em torno de 75% dos grãos da safra em curso e a previsão é que o trabalho seja finalizado no início de setembro. A produção mineira está estimada em 14,8 milhões de sacas, cultivadas em uma área de 1 milhão de hectares, segundo o último levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Neste mês, a expectativa é que 20% dos grãos sejam colhidos dos cafezais do Estado e os demais 5% em setembro, segundo o assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Rodrigo de Almeida Pontes. Este ano, a colheita está adiantada devido ao clima que colaborou de forma positiva e também pela produção ser inferior à da safra 2006/2007, disse.

Devido à bianualidade da cultura, a produção desta safra é 33% menor que a da safra 2006/2007 e as avaliações do setor apontavam que a diminuição da oferta de grãos no mercado poderia se refletir em aumento dos preços para o setor produtivo. O fato ocorreu, mas não com expressiva elevação.

A cotação da saca de café hoje está entre R$ 255 a R$ 260, valor que é 11% superior ao verificado em igual período do exercício anterior. O percentual de aumento dos preços neste ano, ante 2006, não correspondeu às expectativas do setor, que esperava reajustes positivos associados também à adequação aos índices de crescimento dos custos de produção, de acordo com o técnico da Faemg.

Custo – O custo de produção nos cafezais mineiros está em cerca de R$ 300 (média apurada entre números divulgados por órgãos federais e cooperativas do setor no Estado), disse Pontes.

Também para o gerente do Departamento de Gestão do Agronegócio da Cooperativa dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso (Cooparaíso), localizada em município de mesmo nome na região Sul de Minas, Marcelo Moura Almeida, a alta da saca de café neste ano está ancorada apenas na oferta menor gerada pela bianualidade e o produto ainda não conseguiu recuperação suficiente para cobrir os custos de produção.

“Considerando que a produtividade é de 20 sacas por hectare, o produtor rural tem custo de R$ 360 por saca e a média desta safra está em torno de 15 sacos por hectare”, enfatizou. A Cooparaíso já colheu 90% da produção de café da safra 2007/2008, que está estimada em 1,359 milhão de sacas.

Para Almeida, o que tem puxado a alta dos custos de produção são principalmente os insumos e defensivos. “Na última semana, o valor do adubo subiu 10%”, frisou.

MAÍRA VASCONCELOS