Venezuelanos fazem balanço positivo sobre o curso de café no Iapar

Por: Agência Estadual de Notícias

No último dia (10) do curso de produção de café que 20 venezuelanos fizeram no Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) eles ouviram palestras sobre comercialização de café, metodologias de difusão de tecnologia e receberam os certificados de encerramento do curso. Nesta quinta-feira (9), em um dos dias mais agitados do curso, os produtores e técnicos da Venezuela aprenderam as técnicas de colher café.


O pesquisador do Iapar Armando Androciolli Filho explicou que atualmente a colheita no Paraná é feita principalmente no pano porque o custo é menor. “A colheita seletiva, separando os grãos maduros dos verdes e secos, seria o ideal, mas ela precisa de muita mão-de-obra, o que aumenta os custos do produtor”, diz o pesquisador.


Ele lembrou que mesmo o pequeno agricultor, com uma pequena área, precisa contratar pessoas para fazer o trabalho. O agrônomo da Emater Nelson Menoli sugeriu aos venezuelanos que usem variedades com épocas de maturação diferentes para que a colheita seja escalonada e, assim, a necessidade de mão-de-obra e de equipamentos seja menor.


Depois de uma breve explanação teórica foi hora de irem para o campo. Todo o grupo foi para uma área do Iapar colher café. A agricultora Maria Helena Medina afirmou que na Venezuela eles não usam a técnica do pano porque o terreno é muito acidentado. A solução, segundo ela, é fazer a colheita com o que eles chamam de “canastra”, uma espécie de cesto, amarrado ao corpo, onde são colocados os grãos.


Medina é produtora de café há apenas 2 anos, mas vem de uma família de cafeicultores. Ela diz que gostou muito do curso no Iapar porque pode trocar experiências com pesquisadores, técnicos e produtores e aprender técnicas, como a colheita mecanizada e a poda. A produtora ficou impressionada com o elevado grau de integração entre assistência técnica, pesquisa e agricultores no estado. “Isso é importantíssimo para o desenvolvimento local”, diz ela.


O agricultor Miguel Espinoza concorda com a colega venezuelana. Espinoza acredita que a ligação entre o poder público, os produtores e demais segmentos da comunidade envolvendo órgãos públicos de pesquisa e extensão rural é importantíssima porque se contrapõe à hegemonia dos grupos econômicos dominantes. “Hoje semelhante integração está crescendo em nosso país, principalmente por intermédio de convênios, como esse realizado entre o Governo do Paraná e da Venezuela”, diz o agricultor.


Ele também salientou a importância da técnica da poda e da produção de mudas de café em tubetes para aumentar a produção e reduzir custos. “Se o agricultor fizer o esqueletamento corretamente o rendimento no ano seguinte aumenta muito, e o sistema de fabricação de mudas em tubetes é mais fácil e ainda permite um melhor enraizamento da planta, trazendo melhor qualidade”, argumenta Espinoza.


Alguns venezuelanos também aprenderam na prática técnicas que eles nunca tinham feito, como peneirar e rastelar café e usar uma máquina derriçadora para fazer a colheita. O agricultor Benerino Escalona tentou fazer como os operários do Iapar. Ele planta há 15 anos café, mas teve um pouco de dificuldade em manusear a peneira. Brincando, ele disse que com um pouco mais de prática, iria fazer “direitinho”.


Os venezuelanos voltam para casa neste sábado (11) depois de mais de 15 dias fazendo curso no Iapar. Eles aprenderam desde técnicas de produção de mudas, passando por adubação, manejo, escolha de variedades, até colheita e comercialização de café. O curso faz parte de um Acordo de Cooperação Técnica assinado no ano passado entre o Governo do Estado do Paraná e o Governo da Venezuela.

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