Maiara Felipe
Relevo favorece a realização de passeios de carro 4X4A duas horas de Natal você pode encontrar uma nova Campos do Jordão. Situada a 522 metros acima do nível do mar, a cidade de Bananeiras, no interior da Paraíba, chama atenção pelas belezas naturais e por estar localizada dentro do Nordeste, com um clima europeu, com temperaturas variando entre 12 e 31 graus.
A cidade encontra-se atualmente como um dos pólos turísticos do seu Estado. Entre vales e serras, o lugar traz uma sensação de bem estar incomparável. Devido à peculiaridade que a natureza deixou no local, o município é hoje uma das maiores pedidas para os nordestinos que querem aproveitar o inverno sem ir para muito longe.
Chegando a Bananeiras logo as pessoas encantam-se pela região que é detentora de um grande potencial para turistas que procuram encantos, esportes e aventuras. Um dos atrativos da região é o tradicional São João, além do típico forró pé-de-serra, as eliminatórias do forró-feste acontecem na cidade.
O clima de Bananeiras colocou agora o município dentro dos Caminhos do Frio Rota Cultural, um dos programas que integra várias cidades do brejo paraibano. Nesse evento, a programação abrange diversas atividades nas áreas de teatro, dança, literatura, música e cinema.
Mais do que bela, a cidade também é detentora de muita fé. É um forte centro do turismo religioso. Tendo no seu centro a Capela da Sagrada Família, uma igreja que ainda preserva a arquitetura original. O maior evento envolvendo religião em Bananeiras é o Caminhos do Padre Ipiapina, no qual as pessoas passam três dias caminhado, totalizando no final 159Km. O acontecimento atrai romeiros principalmente do Rio Grande do Norte e Paraíba.
Novas atrações estão sendo implantadas na cidade. Com data ainda indefinida, o projeto Sonhos do Brejo está programado para acontecer um final de semana a cada mês. A idéia é resultado da parceria entre o município, ONGs e Governo do Estado, que tem como objetivo apresentar à população a cultura popular e bastante música instrumental.
Crescimento sim, mas ordenado
“Bananeiras diferencia-se de outras cidades do circuito do frio, como Gravatá, em Pernambuco, que é toda plana, porque estamos situados numa região de vales e serras”, destacou a prefeita de Bananeiras, Marta Ramalho, que acredita no potencial turístico da cidade, e por isso vem investindo maciçamente nessa área.
Apesar de apostar no turismo, Marta não avança com a cidade desordenadamente. Administrando a cidade serrana há apenas dois anos e meio, a gestão municipal já trouxe para cidade oito empreendimentos imobiliários, que, além de crescer com o turismo, emprega a mão de obra local.
Preocupada não só em crescer, mas ter um meio ambiente preservado, a prefeita abre espaço para empreendimentos como o recém-lançado Serra de Bananeiras Condomínio Serrano. O condomínio é totalmente saneado e foi construído com madeiras de reflorestamento, além de possuir uma estação de tratamento para reutilização de água nas regiões comuns do empreendimento.
Curiosidades e atrações
– História – Bananeiras foi o maior produtor de café da Paraíba e o segundo do Nordeste. As edificações do Período colonial (séc.18), neoclássico, ecléticos e protomodernistas, que ainda existem na cidade, são o resultado da opulência vivida pela aristocracia rural.
– Igreja de Nossa Senhora do Livramento – Sua construção durou em torno de 20 anos. Foi concluída em 1º de janeiro de 1861. A antiga capela de taipa havia desmoronado. Bananeiras não tinha mais que mil habitantes.
– O Túnel do Trem – Construído em 1922, ele permitiu que a estrada de ferro chegasse à Bananeiras. Antes, o trem só ia até a Vila de Camucá (Borborema), a 12 Km de distância. Durante o São João, o Túnel é transformado em Salão de Forró e é um dos pontos turísticos mais visitados da cidade.
– Cachoeira do Roncador – É um lençol dÑágua que desaba de uma altura de 45m, graças a uma depressão formada no curso médio (com mais de 10 pequenas quedas dÑágua nas pedras) do rio Bananeiras que nasce na mata da UFPB de Bananeiras. A flora nativa em redor da cachoeira mostra uma natureza exuberante. O local é adequado para caminhadas ecológicas e a prática de camping selvagem.
– Preservações ambientais e lendas – Na zona rural existem três florestas que formam a ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológico de Goiamunduba. São os 100 hectares de matas nativas do Cumbre, da Bica e Boqueirão, onde existem árvores que já foram extintas em outros redutos da Mata Atlântica. Aqui, são comuns os “olhos dÑágua” perenes. No centro da Mata da Bica é formada a “Lagoa do Encanto”. Conta-se que no início do Século XIX, a lagoa teria engolido um carreiro, os bois e o carro.
Moradores antigos falam das ruínas de um cemitério de escravos, nas proximidades.. É muito interessante ouvir as estórias contadas pelos moradores locais, depois de uma bela trilha na mata.