Lançamento livro: Cooxupé conta a saga dos cafeicultores no Sul de Minas

Muito café, nenhum comprador. O desequilíbrio entre oferta e demanda que
culminou na queda do preço do café no início do século XX é um dos muitos
registros históricos que constam do livro “A saga dos cafeicultores no Sul de
Minas”, lançado pela Cooxupé no sábado, 28, por ocasião do Dia do Agricultor. A
noite de autógrafos aconteceu no auditório da Matriz, em Guaxupé, e contou com
seleta platéia que soube apreciar a obra, impressa com qualidade literária e
fotográfica. O livro faz parte das festividades dos 75 anos da Cooxupé, fundada
em 1932 com o nome “Cooperativa Agrícola Guaxupé” e marca os 50 anos de suas
atividades focadas no café.

“O valor da obra está no depoimento prestado
por cada um dos entrevistados”, ressaltou o engenheiro agrônomo José Geraldo
Rodrigues de Oliveira, um dos autores. Ele acompanhou a evolução da Cooxupé por
quase 40 anos, período em que foi colaborador da cooperativa e dedicou-se à
edição do jornal “Folha Rural”, veiculado mensalmente aos cooperados. Na noite
de autógrafos, José Geraldo agradeceu a presença dos diretores, colaboradores,
cooperados e demais convidados ressaltando ser, o livro, fruto de um trabalho em
equipe.

Citou os envolvidos no projeto gráfico, coordenado por Gustavo
Lacerda; a parceria com a historiadora Lucia Grinberg;  a sensibilidade
fotográfica de Jaime Acioly; a produção editorial de Natalie Lima, bem como os
envolvidos no processo de revisão e impressão. “Não poderia deixar de render
minhas homenagens a vários colaboradores da Cooxupé, que foram imprescindíveis
para que concluíssemos a obra na data prevista e com o resultado desejado”,
complementou. O livro se divide em três capítulos – as famílias, as fazendas e a
comercialização do café – e foi editado com base na Lei Rouanet de incentivos
fiscais do Ministério da Cultura.

ALGUNS PERSONAGENS – Osvaldo Bachião pertence à terceira geração de uma
família de cafeicultores em Nova Resende e atualmente acompanha, com orgulho, o
entusiasmo do neto Igor (5), interessado em saber mais sobre a secagem do café
no terreiro da propriedade. “É justamente esse terreiro que vemos na capa do
livro”, comenta ele, emocionado em ver que uma paisagem tão familiar foi
escolhida para ilustrar a obra.

Não menos orgulhoso em participar do
livro estava o cooperado Adriano Muniz, que no município de Cabo Verde tem
cumprido a missão de levar adiante o trabalho de qualidade iniciado pela
família. Seu pai, José da Costa Muniz, sempre acreditou no café e mesmo perto de
completar 100 anos, era capaz de comandar os negócios na Fazenda das
Almas.  “Contar as experiências vividas por meus antepassados, tradicionais
cafeicultores, foi  para mim um grande presente, uma grande
homenagem”.

É exatamente assim que a Cooxupé quer que seus cooperados se
sintam com a veiculação desta obra: homenageados! “Afinal, somos profissionais e
favorecemos o agronegócio brasileiro”, afirma o presidente da Cooxupé, Carlos
Alberto Paulino da Costa. Ele lembra o fato de o café gerar renda ao nosso país
e abastecer milhares de famílias, especialmente em Minas Gerais, Estado líder de
produção no Brasil. “A dedicação desses cafeicultores, anônimos, é que deram
condições à nossa Cooxupé de traçar uma história de sucesso, culminando na maior
cooperativa de café do mundo”, ressalta Carlos Paulino.  “Que todos tenham
uma boa leitura!”.
A noite de autógrafos contou com a participação  do
Coral da Cooxupé, regido por Karina Furlan e que apresentou um repertório de
“jóias” da Música Popular Brasileira. Foi coroada pelo talento do saxofonista
Sérgio Gabriel e regada com o requinte do “TB Buffet”, de Guaxupé. “Este
auditório viveu uma noite voltada à cultura, fomos brindados com espetáculos de
qualidade e uma obra primorosa”, finalizou o cooperado Gabriel Francisco
Junqueira Andrade, de São José do Rio Pardo (SP).

Silvia Elena do Carmo Marques
MTb 17.809