“As pessoas não vão às lojas Starbucks apenas para tomar café, mas para ler, por exemplo. Neste caso, explora os seus pontos-de-venda, como uma ligação …
São Paulo, 27 de Julho de 2007 – Interbrand mostra que das 10 mais valiosas, 4 estão ligadas a esta área: Microsoft, IBM, Nokia e Intel. Quando o assunto é marca, a área de tecnologia não tem do que reclamar. É o que diz estudo realizado mundialmente pela consultoria Interbrand (Omnicom Group), que faz um ranking das cem marcas mundiais mais valiosas. A pesquisa é feita todos os anos, pela sétima vez consecutiva, e já mediu cerca de 5 mil marcas. O ranking divulgado agora estudou marcas no período de junho de 2006 até junho de 2007. Das dez mais, 4 são do setor de tecnologia: Microsoft, IBM, Nokia e Intel.
Tem mais: de uma pesquisa para a outra, o Google foi a marca que mais cresceu o seu valor, segundo o estudo – chegou a US$ 17,8 bilhões, um salto de quatro posições e 44% em relação ao estudo de 2006. Outras que tiveram grande variação para cima foram Apple (21%), Nintendo (18%), Nokia 12%) e Amazon.com (15%). Na lista das que mais caíram, da área ligada a tecnologia, apenas a Motorola teve variação negativa – menos 9%. Entre as dez mais, a única do setor de tecnologia que apresento variação negativa foi a Intel – do estudo de 2006 para o de 2007, seu valor, diz a Interbrand, caiu 4% (está em US$ 30,9 milhões).
Entre a distribuição por indústria, das cem marcas que entraram no ranking, 25 têm alguma ligação tecnológica. Seis são da área de equipamentos para computador, três são de serviços de informática, três fabricam programas para computador, nove são de eletrônicos para computador e quatro, de serviços de internet.
O diretor da Interbrand no Brasil, Alejandro Pinedo, explica que este estudo mede a marca como um ativo financeiro. É feito mundialmente, com fechamento nas duas sedes da empresa, em Londres e em Nova York. Entre as cem marcas mais valiosas, nunca apareceu neste estudo uma brasileira, ressalta Pinedo, ao completar que há alguns fatores que explicam este desempenho.
Entre os critérios básicos de avaliação há projeção de lucro, a necessidade de a marca ser global, ou seja, amplamente conhecida no mundo. Para completar este item, 1/3 do faturamento desta marca deve vir fora de seu país de origem. Ainda é preciso que a empresa informe seu balanço financeiro, mesmo que não tenha ações em Bolsa. Para fechar o quinto item de avaliação, a marca precisa ter pontos de contato com o consumidor. “Aqui, por exemplo, a Petrobras perde bastante, porque é mais forte no B2B”, detalha Pinedo.
O executivo observa que neste ano a Interbrand encontrou algumas tendências. “As mais valiosas têm a marca como o coração da empresa. Google e Apple são exemplos clássicos”, diz Pinedo. O segundo item de tendência diz respeito aos pontos de contato com o consumidor. “As pessoas não vão às lojas Starbucks apenas para tomar café, mas para ler, por exemplo. Neste caso, explora os seus pontos-de-venda, como uma ligação agradável.”
O terceiro ponto é a geração de demanda, a paixão, o quanto o consumidor deseja esta marca. Cita o exemplo do iPhone, que mesmo sem publicidade conseguiu ser altamente desejado no mundo inteiro. O quarto ponto é chamado pela empresa de “modelar contingências”. Neste caso, a Toyota é usada como exemplo, pelo fato de investir em carros ecologicamente corretos. “São empresas que investem em oportunidades de futuro.” O quinto é o “planejamento de eficiências”. Marcas que descobrem o ponto forte e fazem dele um grande diferencial. O exemplo eleito pela Interbrand é o da Zara, que tem na sua distribuição o grande destaque. “Um cliente entra na Zara 17 vezes ao ano. Isso é muito.”
Pinedo chama a atenção ainda para o McDonald’s, que apesar das acusações de não ser saudável atua para reverter qualquer imagem ruim. Resultado: o valor cresceu 7%.
(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 6)(Sandra Azedo)