Em 10/07/2007
Primeiro, a associação de fatores verificados no início de 2006, com temperaturas máximas elevadas em janeiro e fevereiro, acompanhado de um veranico nas principais regiões produtoras, contribuíram para uma generalizada frustração da florada. Depois, as lavouras apresentaram floradas fora de época, sem consenso entre especialistas sobre os efeitos do fenômeno. Ao contrário do que acreditavam, muitas dessas flores vingaram e contribuíram para uma maturação irregular, afetando sobremaneira a qualidade e o rendimento da safra que está sendo colhida. Outro detalhe, ainda mais preocupante no campo, é que em algumas lavouras as gemas dos ramos produtivos que deveriam florescer na primavera estão sendo diferenciadas em gemas vegetativas, o que deverá influenciar a produtividade da próxima safra.
O tópico “Contratempos fisiológicos” ganhou destaque mais uma vez na comunidade de Manejo da Lavoura Cafeeira, da sub-rede do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café), no ambiente Peabirus. No início de julho, o fórum, proposto pelo mediador Sérgio Parreiras Pereira, já havia ultrapassado 600 visitas, com 22 depoimentos de profissionais das principais regiões produtoras. O resultado aponta para uma situação preocupante. “Em algumas lavouras é possível observar flores, grãos granando, café maduro e seco, tudo no mesmo pé”, conforme depoimento do engenheiro agrônomo Rodrigo Serpa Vieira, do projeto Educampo-Café, em Guaxupé, Sul de Minas.
Para piorar ainda mais a situação, a Estação de Avisos Fitossanitários da Fundação PROCAFÉ emitiu, no dia 04 de julho, alerta de déficit hídrico significativo e atípico para o Sul de Minas, principal região produtora. O gráfico aponta uma diferença de déficit superior a 100 mm quando comparada ao mesmo período de 2006 e de 200mm em relação à média histórica, projetando um período de seca severa com reflexos negativos na safra futura. O crescimento e desenvolvimento vegetativo observado também estão abaixo da média. Os técnicos sugerem a utilização de irrigação caso haja disponibilidade.
Revendo conceitos
Para o coordenador do Núcleo de Fisiologia do Cafeeiro do CBP&D/Café e professor da Universidade de Lavras (Ufla), José Donizeti Alves, o intenso déficit hídrico de março a novembro de 2006 impediu o desenvolvimento das peças florais, mesmo havendo a indução e diferenciação floral. “É importante que se diga que um botão já diferenciado somente se transformará em flor caso as condições climáticas entre os períodos forem satisfatórias, o que não ocorreu”, esclarece.
Na opinião dele, a explicação fisiológica para as floradas atípicas, especificamente no Sul de Minas, é que de dezembro de 2006 a janeiro 2007 as plantas restabeleceram o seu status hídrico e reativaram o desenvolvimento dos botões florais. Com a paralisação das chuvas em fevereiro, associado a um aumento de até 2°C na temperatura média, as plantas floresceram. Para complicar mais ainda a situação, ele ressalta que desde fevereiro o índice pluviométrico ficou abaixo da média histórica. Isto pode projetar problemas na indução floral que se estabeleceu em finais de fevereiro e começo de março. “Comparativamente ao ano passado, o ciclo está se repetindo”.
Fonte: Embrapa Café
Em 10/07/2007
Primeiro, a associação de fatores verificados no início de 2006, com temperaturas máximas elevadas em janeiro e fevereiro, acompanhado de um veranico nas principais regiões produtoras, contribuíram para uma generalizada frustração da florada. Depois, as lavouras apresentaram floradas fora de época, sem consenso entre especialistas sobre os efeitos do fenômeno. Ao contrário do que acreditavam, muitas dessas flores vingaram e contribuíram para uma maturação irregular, afetando sobremaneira a qualidade e o rendimento da safra que está sendo colhida. Outro detalhe, ainda mais preocupante no campo, é que em algumas lavouras as gemas dos ramos produtivos que deveriam florescer na primavera estão sendo diferenciadas em gemas vegetativas, o que deverá influenciar a produtividade da próxima safra.
O tópico “Contratempos fisiológicos” ganhou destaque mais uma vez na comunidade de Manejo da Lavoura Cafeeira, da sub-rede do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café), no ambiente Peabirus. No início de julho, o fórum, proposto pelo mediador Sérgio Parreiras Pereira, já havia ultrapassado 600 visitas, com 22 depoimentos de profissionais das principais regiões produtoras. O resultado aponta para uma situação preocupante. “Em algumas lavouras é possível observar flores, grãos granando, café maduro e seco, tudo no mesmo pé”, conforme depoimento do engenheiro agrônomo Rodrigo Serpa Vieira, do projeto Educampo-Café, em Guaxupé, Sul de Minas.
Para piorar ainda mais a situação, a Estação de Avisos Fitossanitários da Fundação PROCAFÉ emitiu, no dia 04 de julho, alerta de déficit hídrico significativo e atípico para o Sul de Minas, principal região produtora. O gráfico aponta uma diferença de déficit superior a 100 mm quando comparada ao mesmo período de 2006 e de 200mm em relação à média histórica, projetando um período de seca severa com reflexos negativos na safra futura. O crescimento e desenvolvimento vegetativo observado também estão abaixo da média. Os técnicos sugerem a utilização de irrigação caso haja disponibilidade.
Revendo conceitos
Para o coordenador do Núcleo de Fisiologia do Cafeeiro do CBP&D/Café e professor da Universidade de Lavras (Ufla), José Donizeti Alves, o intenso déficit hídrico de março a novembro de 2006 impediu o desenvolvimento das peças florais, mesmo havendo a indução e diferenciação floral. “É importante que se diga que um botão já diferenciado somente se transformará em flor caso as condições climáticas entre os períodos forem satisfatórias, o que não ocorreu”, esclarece.
Na opinião dele, a explicação fisiológica para as floradas atípicas, especificamente no Sul de Minas, é que de dezembro de 2006 a janeiro 2007 as plantas restabeleceram o seu status hídrico e reativaram o desenvolvimento dos botões florais. Com a paralisação das chuvas em fevereiro, associado a um aumento de até 2°C na temperatura média, as plantas floresceram. Para complicar mais ainda a situação, ele ressalta que desde fevereiro o índice pluviométrico ficou abaixo da média histórica. Isto pode projetar problemas na indução floral que se estabeleceu em finais de fevereiro e começo de março. “Comparativamente ao ano passado, o ciclo está se repetindo”.
Fonte: Embrapa Café