A Associação Brasileira da Industria de Café (Abic) prevê que o consumo brasileiro de café deverá saltar das atuais 16,33 milhões de sacas demandadas em 2006 para 21 milhões de sacas em 2010, o que fará do país o maior consumidor do produto no mundo. Essa posição é atualmente ocupada pelos Estados Unidos, com média anual de até 20 milhões de sacas.
Os números da Abic, divulgados hoje (9) na presença do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, indicam que o Brasil é o maior exportador mundial de café, com venda de 29,2 milhões de sacas da safra 2006/07. O volume é 19,1% superior ao da safra anterior. O consumo, ainda segundo a Abic, deverá crescer cerca de 5% neste ano, contra a média mundial de 1,5%.
O ministro, que participou do lançamento da campanha Café também é Saúde, com o objetivo de transformar o Rio na “capital do café” durante os Jogos Pan-Americanos, lamentou os efeitos negativos da valorização do real frente ao dólar, por reduzirem os lucros dos exportadores agrícolas.
“A única coisa que eu não gosto é quando o dólar cai demais, porque os efeitos são desfavoráveis aos setores que nós defendemos. Agora, se nós exportamos mais de US$ 50 bilhões em produtos agrícolas e importamos apenas US$ 6 bilhões, o que fazer? Isto gera superávit, entram mais dólares e cai a cotação”, afirmou.
Na avaliação do ministro, essa entrada de dólares vem mantendo a cotação do real em alta: “Temos excesso de dólares no mundo e no país, em particular, eles são carreados pelo fato de o Brasil estar sendo atrativo para os investidores. As condições da nossa economia são muito boas, mas existe esse problema na agricultura – e exatamente na hora de eles ganharem um pouquinho mais”, lamentou.