A Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) contesta veementemente a maneira como a Fundação Getúlio Vargas refere-se ao café em matéria divulgada hoje (quarta, 04) à imprensa, intitulada “FGV aponta que preços dos vícios no novo milênio pesam mais no bolso do consumidor do que gastos com informação e bem-estar” .
1) O café NÃO é um hábito nocivo à saúde. Não há nenhum estudo médico ou científico no mundo que caracterize a bebida desta forma. Ao contrário, existem inúmeras pesquisas e trabalhos médicos e científicos que mostram que o café, consumido diariamente e em doses moderadas (quatro xícaras por dia), contribui no estado de alerta, na maior capacidade da memória e na prevenção de várias doenças, como depressão/suicídio, alcoolismo/cirrose, diabetes do adulto (Tipo 2), câncer do cólon, fígado e mama, e doença de Parkinson. A comunidade médico-científica considera, inclusive, a planta café como funcional (previne doenças mantendo a saúde) ou mesmo nutracêutica (nutricional e farmacêutica), possuindo elevado teor de antioxidantes.
Existe inclusive um programa “Café e Saúde” que é desenvolvido desde 2003 em conjunto pelas entidades do setor privado (ABIC, ABICS, Cecafé, CNC e CNA) com o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, por meio do qual são divulgados novos conhecimentos e informações sobre os benefícios do café para a saúde, tanto junto à comunidade médica quanto junto ao público geral.
2) O café NÃO é um vício. A ABIC repudia o tratamento dado pela FGV de ser o cafezinho um vício. Não existem comprovações de dependência com relação ao café na forma de vício, inclusive a cafeína foi abolida da lista de substâncias proibidas para atletas pela Agência Mundial Antidoping,
Tratar o café como vício, colocando-o ao lado de bebidas, fumo e jogo, sem apresentar comprovação científica para o fato, é uma irresponsabilidade.
A OIC – Organização Internacional do Café, assim como a ABIC, mantém um programa de informações sobre o tema Café e Saúde que pode ser acessado consultando os sites www.cafeesaude.com.br e www.positivelycoffee.org
3) Com relação à variação acumulada no preço da xícara do cafezinho, vale lembrar que ela ainda é a bebida mais democrática e barata, podendo ser adquirida por consumidores de todas as classes sociais. Tanto que são consumidas 24 milhões de xícaras por dia na cidade de São Paulo, em cafeterias, bares, panificadoras, restaurantes, sendo 19 milhões de xícaras de café filtrado e 5 milhões de xícaras de café expresso, conforme recente pesquisa do IEA – Instituto de Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo
4) Vale lembrar, por outro lado, que nas prateleiras dos supermercados, o pó de café teve um reajuste de preços de apenas 30% desde junho de 1994, entrada do Plano Real, até maio de 2007, enquanto neste mesmo período a inflação foi de 205%, a cesta básica nacional elevou-se em 149% e o salário mínimo teve um reajuste de 480%.
Associação Brasileira da Indústria de Café
Nathan Herszkowicz
Diretor-Executivo