Habemus Selic: 12% Mexida pelo Banco Central na taxa básica de juros que balisa todos os juros do sistema financero de baixo para cima ou de cima para baixo. Mexida periódica com direito a aviso prévio, com data, hora e local amplamente divulgados.
Esse ritual não faz o meu gênero.
Penso que passar aviso prévio para o mercado mais especulativo do mundo, por vocação e até por necessidade, não é propriamente um exercício de transparência, mas um prurido de ingenuidade ou inocência.
Palavra de J.K.Galbraith, que nos deixou em 2005. A economia real não funciona com calendário da burocracia da vez.
Até a tal de ata da reunmião desta quarta-feira, que só será divulgada na quinta-feira da semana que vem, não deixa de ser uma piada tecnocrática.
Porque não divulgá-la no dia seguinte, se dá para escrevê-la até mesmo antes da reunião, cujas decisões podem ser ajuizadas com antecedência?
Não. O que conta é o ritual mediático a serviço dos interesses do mercado financeiro dentro de um Brasil que não abre mão do capitalismo sem risco.
Claro, sem risco e com rentabilidade a maior do mundo.
Com a Selic agora meio ponto percentual menor, para 12,00% ao ano, ainda assim vamos continuar com taxa real, expurgada do IPCA esperado para os próximos 12 meses em 3,5%, da ordem de 8,5%.
Ainda três vezes maior que a taxa básica real de 2,1% na média dos 25 maiores paises emergentes. Cujo PIB médio cresce em um ano o que o PIB do Brasil só consegue crescer em dois anos.
Haja PAC…
(06/06/2007)