A entrada da safra de soja no mercado e aumento dos preços das commodities, principalmente de minério de ferro, levaram a um crescimento forte das exportações em maio. Pelo segundo mês consecutivo, o ritmo de expansão das vendas externas deve superar ao das importações, que também continuam avançando de forma expressiva.
O vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, prevê que tanto exportações quanto importações devem bater recorde histórico neste mês. A estimativa da entidade é que as vendas externas totalizem cerca de US$ 13,9 bilhões e as importações, US$ 9,7 bilhões. Faltando quatro dias úteis para fechar o mês de maio, as exportações somam US$ 11,512 bilhões, um avanço de 36,5% em relação a maio de 2006. As importações acumulam US$ 8,108 bilhões, alta de 36% na comparação com igual período de 2006.
“Os números são excelentes, inimagináveis até mesmo para os mais otimistas”, disse Castro. Ele, no entanto, acredita que em junho o ritmo de crescimento das exportações caia para algo em torno de 18% em função de uma base de comparação mais elevada. Para as importações, Castro estima que continuarão subindo acima de 30%. Com isso, deve voltar a tendência registrada nos últimos meses de ritmo de expansão mais elevado para as importações.
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Os dados divulgados nesta segunda-feira (28) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que houve expansão das exportações nas três categorias de produtos. Os embarques de básicos subiram 59,5%, principalmente, milho em grão, farelo de soja, minério de ferro, carne bovina, de frango e suína, petróleo em bruto, fumo em folhas, café em grão e soja em grão.
Nos semimanufaturados, a alta foi 49,8%, puxada principalmente por óleo de soja em bruto, catodos de níquel, semimanufaturados de ferro e aço, ferro fundido, ligas de alumínio, alumínio em bruto, madeira serrada e ferro-ligas. As exportações de manufaturados cresceram 24,5% por causa de gasolina, aviões, álcool etílico, hidrocarbonetos e seus derivados, suco de laranja, óleos combustíveis, laminados planos de ferro e aço e tratores.
Castro destaca que o desempenho das vendas externas reflete principalmente a elevação de preços das commodities. Segundo ele as exportações de minério de ferro avançaram 112% em relação a maio de 2006. As vendas de petróleo e derivados, 95,7% e as de produtos siderúrgicos, 58,7%. Já as exportações de soja estão maiores em 46% e as de carnes, 50,2%. Ele destacou que o quadro externo é excelente para o Brasil já que Estados Unidos e China estão comprando muito. “Enquanto a China manter essa volúpia importadora estamos bem”, disse.
Castro destaca, no entanto, que as exportações de manufaturados têm perdido participação na pauta exportadora para os produtos básicos. Castro afirma que os manufaturados representam 51,6% do total vendido para o mundo em maio. No acumulado do primeiro quadrimestre era de 53,9%, ante 56,4% registrado de janeiro a abril do ano passado. Por outro lado, a participação dos básicos no total exportado foi de 30,2% no primeiro quadrimestre de 2007 ante 27,5% no mesmo período de 2006. Em maio, a participação dos básicos está em 33,1%.
Do lado das importações, segundo o Ministério do Desenvolvimento aumentaram em maio os gastos principalmente com adubos e fertilizantes (455,9%), cereais e produtos de moagem (110,5%), equipamentos mecânicos (44,2%), siderúrgicos (39,7%), automóveis e partes (38,2%) e borracha e obras (34,4%).
No acumulado do ano, as exportações totalizam US$ 57,963 bilhões e as importações, US$ 41,573 bilhões, com superávit comercial de US$ 16,390 bilhões. As vendas externas registram alta de 20,1% em relação a igual período de 2006, enquanto as importações sobem 25,8%.