Rhaiane Sodré
“Um cafezinho, por favor.” Essa frase é pronunciada pelo menos cem vezes ao dia nas cafeterias espalhadas pela cidade. Na busca de credibilidade e conquista de novos clientes, inúmeras novidades esquentam o mercado e faz com que o negócio continue sendo rentável.
Há cinco anos no ramo, o engenheiro Wilson Moutinho está satisfeito com a escolha do seguimento, cuja idéia teve início ao tomar um café com um amigo. A vontade de colocar em prática seu espírito empreendedor, o surgimento de um ponto ideal para tal atitude somado ao investimento de R$ 50 mil fez com que Wilson abrisse a sua primeira loja, a Icaraí café.
O negócio de grande rotatividade requer constantes investimentos e dedicação. De acordo com o empresário, estar presente diariamente é fundamental para acompanhar o atendimento e possíveis reclamações.
“É necessário ter jogo de cintura para trabalhar com o público e estar à frente do negócio para a qualidade não cair”, adianta Wilson e alerta que reconquistar um cliente é tarefa mais difícil do que conquistá-lo.
café decorado, com sorvete, muito creme, capuccinos quentes e até mesmo gelados. A bebida consumida por grande parte da população é inovada para conquistar os que não são muito adeptos e fazer com que freqüentar uma cafeteria também seja uma opção de lazer.
“Outra saída é oferecer produtos para o acompanhamento”, completa o proprietário referindo-se ao sucesso que o pão de queijo faz.
Com uma equipe de seis funcionários, a cafeteria localizada em um shopping na Zona Sul da cidade recebe todo tipo de público, de acordo com os horários. Nos fins de semana, chega a atender 500 consumidores. Quem prova o cafezinho paga R$ 1,70.
“Investi em um espaço amplo com música ambiente, que atende desde crianças, reuniões de lojistas a casais”, conta Wilson, que aliado às taças bonitas e xícaras pensadas para fazer do momento do café ainda mais especial revela o diferencial do seu negócio.
Qualidade e diversificação
Por considerar um negócio fácil e de médio porte para se iniciar como empreendedora, a jornalista Ghirlayne Ferreira se uniu à irmã, Aline Ferreira, para abrir a cafeteria Freedo, no Centro de Niterói.
Com o investimento de R$ 110 mil, destes R$ 40 mil para equipamentos e instalações e R$ 70 mil pela localização do ponto, as empresárias estão satisfeitas com o negócio que chega a vender 120 cafés por dia ao valor de R$ 1,50 cada.
Para Ghirlayne, a escolha do local e a qualidade dos produtos oferecidos são fundamentais quando se pensa em entrar para o ramo.
“Consigo atingir advogados, estudantes e funcionários de empresas ao redor. Para manter o padrão dos produtos, prefiro vender mais caro e ter menos lucro”, revela.
Inaugurada há cinco anos, a cafeteria sentiu a necessidade de diversificar e oferecer novidades. Com isso, há sete meses, o empreendimento foi aprimorado e novos mercados foram descobertos dentro do negócio, que passou a trabalhar também com saladas e grelhados na hora do almoço e com coffe break para empresas.
“A cada ano o movimento melhora, mas ainda existem barreiras a serem vencidas para não oferecer apenas o básico”, explica a sócia, que também destaca o surgimento dos cafés que vão além do simples expresso como um grande chamariz para os clientes diários e na conquista de novos.
Com o faturamento mensal de R$ 70 mil, a jornalista destaca a importância do proprietário estar presente na loja.
“Não adianta montar um negócio e colocar alguém para gerenciar. É necessário estar no dia-a-dia, ser amigo dos clientes e saber o que ele quer”.
Além da dedicação, outro fator importante é o constante investimento na cafeteria.
Atendimento personalizado
café expresso, chocolate quente e capuccino. São os pedidos mais realizados pelos 250 clientes que a cafeteria Batata Doce café atende diariamente. Cada cafezinho custa R$ 1,80.
De olho nas novidades, investindo no conhecimento do café e treinamento dos funcionários, a loja localizada em Icaraí se mantém há dez anos no mercado e não teme com a concorrência.
“Não chega a nos atingir, pois temos referencial e clientes fiéis”, afirma a gerente do estabelecimento, Renata Glayce.
De acordo com ela, o clima é um ponto negativo por causa da associação que as pessoas fazem do café com o frio.
“No verão também temos boas vendas, mas no inverno é melhor. O surgimento do café e capuccino gelado estão ajudando a mudar este quadro”, destaca.
O professor Fábio Bahia, de 46 anos, costuma freqüentar cafeterias, local que considera aprazível, tranqüilo e uma opção de encontro.
“Marquei com a minha esposa aqui. Enquanto ela não chega, aproveito para corrigir as provas dos meus alunos e tomar um cafezinho”, conta.
Com uma grande legião de apreciadores, o café expresso é mesmo uma boa pedida em alguns momentos do dia. Para as cafeterias, investir em novas receitas e diferentes produtos é uma maneira de conquistar clientes e melhorar as vendas.
Na Batata Doce café, a gerente explica que atende a um público bem diversificado, principalmente por oferecer também outros produtos, como salgados, pão de queijo e tortas.
Para a gerente, gostar e entender sobre o produto que trabalha é essencial para oferecer qualidade. Além disso, ficar atento ao mercado e investir no aperfeiçoamento da equipe são tarefas essenciais para o negócio dar certo.
O Fluminense