Domingo, 27 de Maio de 2007, 07:31
‘‘Não dá para improvisar nesse mercado’’
Entrevista: Jorge Monti
Presidente da Abaga
Todos os dias, o chef argentino Jorge Monti de Valsassina, no Brasil há 16 anos, utiliza um máquina alemã e água mineral para preparar o melhor café possível em sua casa. Presidente da Associação Brasileira de Alta Gastronomia (Abaga), anos atrás ele foi convidado pelos líderes do setor cafeeiro a colaborar para o esforço conjunto em agregar valor ao produto brasileiro.
Qual é o real papel do café na alimentação?
O papel do café é definido por dois modos de consumo: hábito e prazer. No primeiro, ele ajuda, por exemplo, a compartilhar o dia-a-dia. No caso do prazer, ele finaliza desde uma refeição a uma reunião de negócios ou um encontro de namorados. Isso é universal e não mudará nunca.
O café perderá espaço para as bebidas prontas, como sucos, chás e até água mineral?
Não, porque o café é necessário em alguns momentos, por prazer ou mesmo em casa, como de manhã, com leite, ou no final da tarde em um momento de boa conversa. O que importa hoje em dia é como ele será servido. Ele finaliza os momentos. Você nunca fechará um almoço de negócios com o suco de laranja.
Qual a receita para quem quer fazer sucesso com o café?
Ele deve fazer um estudo, ver se é factível entrar nesse mercado. Esse empreendedor precisa decidir como seu negócio será administrado, como produzirá ou venderá. As commodities dependem do clima e do mundo. Se faço igual, todos vão fazer. É preciso investir no produto de valor agregado. E sem um projeto não se deve investir nele.