Até então, o café orgânico produzido no sítio do produtor Fábio dos Anjos era comercializado na Bolsa de Mercadorias de Londrina, mas uma cooperativa de cafeicultores de Lerroville deverá estar funcionando até o final do ano. Por enquanto, a cooperativa está sendo mantida por três produtores de café orgânico da região, que buscam mercado para o produto em Curitiba.
Através do Instituto de Tecnologia Social de Curitiba, os produtores receberão instruções de como comercializar a produção por meio de encubadoras. ”Os produtores sabem plantar mas não sabem comercializar o café”, afirma Fábio dos Anjos. ”Nossa intenção é ter o café todo processado aqui, torrado, moído e embalado com uma marca própria. O mercado de Curitiba é uma alternativa específica para o orgânico”.
A cooperativa, que tem um barracão quase pronto, foi fundada em maio de 2004 por 45 produtores tradicionais de café, que fizeram a conversão para o café orgânico. Problemas como a queda da produtividade e a entrada de ferrugem nas lavouras (comuns no período de conversão), assustaram a maioria dos produtores, que desistiram do plantio orgânico e voltaram para o convencional. ”Apenas três resistiram”, conta Fábio dos Anjos.
O produtor ressalta os benefícios da produção orgânica, tanto para o produtor e o consumidor, quanto para o meio ambiente. ”O produto é livre de agrotóxico, não agride o meio ambiente e faz bem para a saúde do homem”. Muitos produtores que não fazem parte da cooperativa já estão iniciando o plantio orgânico. ”Reativar a cooperativa e tornar o café orgânico viável, depende só dos produtores”, diz.
Eles se reúnem uma vez por mês e estudam a possibilidade de participar do ”Comércio Justo”, um sistema comercial que procura eliminar os atravessadores, pagando o preço justo ao produtor. ”O comércio justo é real. Poderemos expandir o processo da cooperativa e ter acesso ao mercado”. (M.O)