O verde que se tinge de vermelho Devido à bianualidade safra será menor, produtores investem em graõs com qualidade e novos nichos, como o orgânico | ||
A produtividade média no ano passado foi de 22,41 sacas beneficiadas por hectare e este ano, são esperadas 18,66 sacas beneficiadas por hectare. ‘‘Em comparação com outros estados, teremos uma boa produtividade’’, considera o agrônomo da Emater, Ildefonso Haas. Apesar de manter uma boa produtividade, o histórico da cafeicultura não era dos mais otimistas. Nos últimos cinco anos as lavouras paranaenses perderam cerca de 50 mil hectares de área, que foram destinados a outros produtos. Hoje, os cafeicultores tentam reaver a área de plantio, e devolver ao estado o status de grande produtor da bebida. A boa notícia é a liberação de recursos, depois de 15 anos sem incentivos. O setor é movido também por investimentos na capacitação dos produtores para a utilização de métodos mais modernos de cultivo que agregam maior valor de mercado. No rastro dessa empreitada está o café orgânico que começa a ganhar terreno e atrair cada vez mais produtores. No distrito de Lerroville (Zona Sul), o produtor Fábio dos Anjos mantém uma área de seis hectares de café só com a produção orgânica, inclusive com certificação. Os 35 mil pés plantados em 2000 (em 2000 e 2006 a lavoura foi atingida por geadas e os pés tiveram que ser podados) estão produzindo cerca de quatro sacos de 60 quilos por dia. A colheita, toda feita manualmente, teve início em meados de abril termina em agosto. A média geral na propriedade é de dez sacos beneficiados/ha, mas uma área de pouco mais de dois hectares, onde o período de conversão do plantio convencional para o orgânico já foi completado, a produção é bem maior – 50 sacos beneficiados/ha. ‘‘É uma área que geada de 2000 não atingiu e os pés de café não precisaram ser cortados’’, afirma o produtor. Até o final da colheita, em agosto, essa média deve ser mantida. Segundo o agrônomo da Emater, Ildefonso Haas, que acompanha a lavoura desde o início, a produção poderia ser ainda melhor. ‘‘Essas falhas na lavoura prejudicam a produtividade, que poderia ser igual em toda a área’’. Para o ano que vem, o produtor tem planos de melhorar ainda mais o rendimetno da área. Vai continuar investindo principalmente na adubação verde, essencial para garantir uma boa produtividade. Os pés de café vão ganhar o reforço da casca de algodão e torta de filtro de cana (resultado de uma compostagem de matéria-prima) que ajuda ainda mais na fertilidade do solo. A intenção de Fábio dos Anjos é melhorar ainda mais a qualidade do produto e garantir novos prêmios ao estado. ‘‘Este ano queremos o primeiro lugar no concurso’’, afirma o produtor. No concurso nacional do ano passado o Paraná foi campeão na categoria café natural e ocupou o posto do terceiro melhor café na categoria cereja descascado. |