NITROGÊNIO PODE SER UM DOS FATORES GERADORES DE DOENÇAS

O uso inadequado do nitrogênio pode ser um dos agentes responsáveis por problemas cardíacos e pulmonares e doenças como malária, cólera e, até mesmo, o câncer. Essa é a conclusão de Alan Townsend, professor da Universidade de Colorado e coordenador do International Nitrogen Initiative (INI), nos Estados Unidos, durante 4ª Conferência Internacional sobre Nitrogênio.


Townsend explica que o excesso de nitrogênio causa diversas mudanças no solo, água e na atmosfera, o que implica em modificações nos organismos vivos que habitam o ecossistema atingido. Um exemplo é a liberação do gás N2O (óxido nitroso), um dos causadores do efeito estufa, que interfere na camada de ozônio – diretamente ligada a variações de problemas pulmonares e cardíacos.


No caso do câncer, segundo o professor, existem estudos que comprovam a ligação entre a doença e a ingestão de água contendo dose excessiva de nitrato. “Além de enfermidades, a falta de nitrogênio ainda pode levar a desnutrição infantil, a fome, e a improdutividade de áreas agrícolas e pastos”, completa.


Por fim, Townsend ressalta que o mau uso do nitrogênio não significa que haverá um aumento do número de pessoas doentes e, sim, do risco de cidadãos serem infectados por enfermidades.



REDUÇÃO NA EMISSÃO DE CO2 NÃO SERÁ SUFICIENTE PARA ACABAR COM EFEITO ESTUFA


Para reduzir o efeito estufa, principal responsável pelo aquecimento global, foi assinado em 1998, o Protocolo de Quioto que tem como objetivo reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa, entre eles, o CO2. Desde 2005 em vigor, o tratado internacional prevê uma redução entre 1,4ºC e 5,8ºC na temperatura terrestre, caso seja incorporado por todos os países industrializados.


Apesar desta importante iniciativa, Carlos Eduardo Cerri, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (Esalq/USP), explica que apenas reduzir o nível de emissão não será suficiente para a mitigação do aquecimento global. “É necessário, também, a retirada do excesso de CO2  da atmosfera”, completa.


O processo para extrair o gás, segundo Cerri, chama-se “seqüestro de carbono” e pode ser feito de maneira industrializada, a elevados custos de implementação e manutenção, como por exemplo, modificar o oceano para a retirada o CO2, ou de maneira natural, por meio da fotossíntese das plantas. “Para que a emissão de gás carbônico torne-se menor do que o seqüestro, podemos implantar diversas práticas conservacionistas, entre elas, manter a cobertura vegetal, fazer plantio direto e não promover, de forma alguma, o desmatamento”, afirma o professor em workshop ministrado na 4ª Conferência Internacional sobre Nitrogênio.


Outro fator fundamental durante o processo de seqüestro de carbono feito pelas plantas é a quantidade de nitrogênio depositada no solo. “Se houver pouco nitrogênio, a planta não consegue absorver muito CO2, uma vez que seu crescimento está ligado, diretamente, ao N”, finaliza.


 


CRESCIMENTO MUNDIAL DA PECUÁRIA INTERFERE NA EMISSÃO DE CARBONO E NITROGÊNIO NA ATMOSFERA


Dos 6,6 bilhões de habitantes no mundo, cerca de um bilhão de depende da criação de animais para sobreviver. No meio industrial, a pecuária cresce em torno de 2,5% ano, já em países em desenvolvimento, o número pode chegar a 5%. A atividade gera empregos, alimentação, fertilização do solo e fonte de energia renovável.  


Porém, Harold Mooney, professor da Universidade de Stanford, afirma que o crescimento não sustentável da pecuária causa sérios problemas para o meio-ambiente, como por exemplo, a emissão excessiva de carbono e nitrogênio na atmosfera, a diminuição da biodiversidade de plantas, o empobrecimento do solo, a contaminação de águas, entre outros. “A explicação básica está na alimentação dos animais, em sua estocagem e nos seus dejetos”, diz.


Segundo Mooney, a alimentação balanceada não interfere no crescimento animal e impede que haja uma emissão excessiva de nitrogênio e carbono para o meio-ambiente. Uma solução, apresentada pelo professor durante 4ª Conferência Internacional sobre Nitrogênio, seria reduzir a quantidade de soja na dieta do porco, por exemplo, e aumentar a quantidade de aminoácidos, o que diminuiria em cerca de 18% a emissão de carbono e nitrogênio no solo.


SERVIÇO:


4ª Conferência Internacional sobre Nitrogênio (N2007)
Local: Costa do Sauípe – Bahia
Data: 01 a 05 de Outubro de 2007
Site: www.nitrogen2007.com
E-mail: silvia@meccanica.com.br


Mais Informações: (71) 2104-7779 / 7759  / (11) 3259-6688 / 1719


 

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