90% dos cultivares de cafés comerciais do Brasil são resultantes de pesquisas do IAC

Cerca de 90% dos cultivares de cafés comerciais do Brasil são resultantes de pesquisas do Instituto Agronômico de Campinas, afirma pesquisador
 
O Pesquisador Científico Gerson Silva Giomo, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), SP, afirma que cerca de 90% dos cultivares comerciais de cafés do Brasil resultaram de pesquisas desenvolvidas pelo IAC. “Ao mesmo tempo que é um orgulho, é também uma grande responsabilidade”, declarou Giomo.
 
O instituto, que tem área total de 700 hectares (7 milhões de metros quadrados), disponibiliza 60 hectares (600 mil metros quadrados) para o plantio de 100 mil pés de cafés.
 
O pesquisador disse que, embora o IAC tenha como foco a pesquisa, também precisa se inteirar das questões do mercado de café. Por isso a equipe foi preparada para lidar com conhecimentos sobre as características que os especialistas do setor cafeeiro tanto se preocupam, como se a bebida é doce, ácida, se tem sabor floral ou achocolatado, entre outros.
 
O engenheiro agrônomo Gerson Giomo – um dos pesquisadores do Centro de Café Alcides Carvalho, do Instituto Agronômico de Campinas, entidade vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo – recebeu os alunos do 57.º Curso de Classificação e Degustação de Café da Associação Comercial de Santos (ACS) na tarde de sexta-feira, 12 de setembro de 2014.
 
A 57.ª turma do Curso de Café da ACS é integrada por 21 alunos, orientados pelos professores Nilton Ribeiro, classificador e degustador, que durante 55 anos atuou a serviço da Stockler Comercial e Exportadora, de cafés, e Candido Mattar Ribeiro (Candinho), também classificador e degustador, da Triple R Consultoria. O curso começou em 1.º de setembro e será encerrado em 25 de setembro.
 
Gerson Giomo disse que, além de pesquisar os cafés para comercialização em larga escala, o IAC também se preocupa com estudos de plantas para nichos de mercado, como os cafés especiais.
 
Ele informou, por exemplo, que, na semana anterior, vieram cafeicultores do Cerrado de Minas Gerais, focados no desenvolvimento de cafeeiros para participação em concursos de qualidade.
 
O IAC foi criado em 1887 pelo imperador Dom Pedro II com o objetivo de desenvolver pesquisas para a adubação dos cafeeiros – o nome original era Imperial Estação Agronômica de Campinas. Em 1892, a entidade foi transferida para o Governo do Estado de São Paulo, que alterou a denominação para Instituto
Agronômico de Campinas.
 
Hoje, o País mantém, espalhados pelos estados produtores, 63 cultivares com 4,2 bilhões de cafeeiros.
 
Para garantir a continuidade da expansão da cafeicultura no País, o IAC desenvolveu, na década de 60, a primeira colhedeira mecânica de café. O protótipo foi industrializado pela Jato, hoje uma das potências na produção dessas máquinas.
 
Gerson Giomo afirmou ainda que as pesquisas para o café cereja descascado foram realizadas no Instituto Agronômico de Campinas. O IAC também promove trabalhos para a produção de cafés descafeinados, que é um nicho de mercado mais recente – talvez 1% do consumo no Brasil e cerca de 10% no mundo, mas que não deve ser ignorado.
 
O engenheiro agrônomo ressaltou que o IAC não atua com transgênicos, por isso leva muito tempo para a produção de um café em condições de ser plantado em escala comercial. “É um trabalho de 30 a 35 anos”, citou.
 
O Pesquisador Científico fez uma breve exposição sobre o Instituto Agronômico de Campinas, no auditório do Centro de Café Alcides Carvalho, e exibiu um vídeo de 10 minutos sobre a entidade. Em seguida, respondeu a perguntas dos alunos do Curso de Café da Associação Comercial de Santos.
 
O agrônomo também apresentou amostras de grãos de cafés diversos – alguns com grãos amarelos, outros manchados, características naturais dos cafeeiros.
 
Após a exposição no auditório, foi oferecido aos visitantes um café expresso especial, um blend de vários grãos do IAC.
 
Depois, o pesquisador conduziu os visitantes a conhecerem alguns pés de cafés, de procedências diversas, de países da África e América do Sul, além dos tradicionais cafeeiros.
 
A seguir, mostrou algumas instalações, como uma estufa com ripas no telhado, para que a luz solar imite condições semelhantes às da natureza, em que cafeeiros usufruem de sombras de árvores mais altas.
 
Outra estufa tem rede no telhado, para proteger as mudas dos desafios do clima.
 
Mais informações sobre o Instituto Agronômico de Campinas podem ser obtidas no site: http://www.iac.sp.gov.br/

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