Eta cafezinho bom!
11/122009 – Dinheiro Rural – São Paulo/SP – SEBRAE
Um grupo de 100 cafeicutores do norte do Paraná está feliz.
A cooperativa a que pertencem ingressou recentemente num clube para lá de restrito, o 4C. Localizada em Bonn, na Alemanha essa agremiação reúne apenas 130 membros em todo mundo e, na prática, significa que seus associados estão adequados às melhores práticas de agricultura, qualidade e cuidados com o produto. Segundo o presidente da Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Acenpp), Luiz Fernando de Andrade Leite, a adequação aos padrões da propriedade oferece mais qualidade de vida para os colaboradores e segurança para os consumidores. “Essa certificação é importante porque dá ao consumidor as informações que ele precisa, como de onde vem e de que forma é produzido o nosso café, avalia.
Criado na Suíça, o 4C é uma associação aberta em que fazem parte produtores de café, torrefadores e empresas que processam os grãos de café, além de ONGs, Sindicatos e comerciantes. “O Código de conduta é bem puxado e quem produz tem que estar de olho desde a sustentabilidade ambiental até mesmo no social, com os colaboradores, indo até o pós-colheita”, explica. Más condições de trabalho e uso excessivo de agroquímicos são vetados e quem sair da linha, é expulso do grupo.
Envolvido no processo da certificação, o consultor do Sebrae em Jacarezinho (PR), Odemir Capello, diz que a certificação agrega valor ao produto. “Essa é uma chance de atrair novos clientes, porque ele deixa de ser uma commodity pura e simplesmente e passa a ter um valor social´; analisa. Segundo ele, logo após a certificação, a associação recebeu a proposta de compra para quatro mil sacas de café 4C, com preço acima do mercado. Dá até para pedir mais um cafezinho.
Outros sabores
O mercado de café não foi favorável para os produtores em 2009. Com custos altos e baixa rentabilidade nos preços futuros praticados na BM&F, produtores de todo o Brasil estão procurando certificações para agregar valor. Segundo o consultor do Sebrae em Jacarezinho (PR), Odemir Capello, essa será uma tendência para os próximos anos. “Os produtores terão de adaptar as suas propriedades e o que o Sebrae está fazendo é levar essas técnicas de manejo a pequenos agricultores, fomentando o associativismo”, explica o especialista.