11/03/15
“O Agronegócio Café De olho no futuro” será o tema central do Agrocafé, a ser realizado de 11 a 13 de maio em Salvador, Bahia
Em 2015, o Simpósio Nacional do Agronegócio Café (Agrocafé) – tradicionalmente o evento que abre o calendário oficial da cafeicultura no Brasil – será, pela primeira vez, realizado no período de 11 a 13 de maio, no Bahia Othon Palace, em Salvador – BA. O evento é uma realização da Associação dos Produtores de Café da Bahia – Assocafé, Centro do Comércio de Café da Bahia, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR e Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia – FAEB.
Programação do Agrocafé – O futuro do café e as exigências do mercado por técnicas de produção modernas e sustentáveis também serão temas do Simpósio, além de questões técnicas e de mercado. O tema central do evento é: O Agronegócio Café “De Olho no Futuro”. A palestra de abertura será sobre “O futuro do agronegócio café no Brasil”.
Conforme a programação oficial do Agrocafé, outros temas atuais serão discutidos: “A modernização e inovações tecnológicas no agronegócio café”, com a participação de pesquisadores do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, por meio do Instituto Agronômico – IAC, Fundação Procafé, Instituto Agronômico do Paraná – Iapar e da própria Embrapa Café; “A produção, consumo e exportação com qualidade no Brasil e no mundo”, com representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, Associação Brasileira da Indústria do Café – Abic, Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – Cecafé.
E, ainda, temas como “As regiões cafeeiras com indicações geográficas e as vantagens já alcançadas” (Mapa, Fundação Cerrado Mineiro, Associação dos Cafeicultores do Oeste da Bahia – Abacafé e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae); “Gestão eficiente e sustentável da fazenda de café” (Sebrae e Educampo); “Evolução da empresa familiar no agronegócio café” (Fundação Dom Cabral) e “A mulher e o jovem no mercado do café brasileiro” (Aliança Internacional das Mulheres do Café – IWCA e Café Baronesa).
Haverá também a realização do III Seminário de Cafeicultura Familiar, organizado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, que vai discutir temas como café orgânico, produtividade e assistência técnica. Este tema interessa diretamente aos produtores familiares de café da Bahia, por serem maioria absoluta no estado, sendo oportunidade para o cafeicultor familiar se atualizar com os avanços alcançados e tecnologias à disposição da cafeicultura.
O evento traz ainda agenda de cursos, que acontecem em paralelo com a programação oficial. Entre eles estão o de barista; noções básicas de classificação e degustação de café; irrigação suplementar do cafeeiro; mecanização da cafeicultura do plantio à colheita; legislação pertinente às parcerias do agronegócio e manejo do café conilon, entre outras programações.
O Agrocafé 2015 faz parte das comemorações dos 20 anos de criação da Assocafé e também traz em sua programação o 1° Concurso Agrocafé de Baristas, promovido em parceria com a Associação Brasileira de Café e Barista – ACBB. O concurso escolherá, entre os profissionais de Salvador, aqueles com mais talento para produzir e incrementar bebidas à base de café.
A Embrapa Café convidou o sr. João Lopes Araújo, presidente da Assocafé, para explicar melhor a realização do 16º Agrocafé em 2015:
Embrapa Café – Primeiramente, gostaríamos que explicasse o que é a Assocafé, quando foi criada e com que missão.
João Lopes Araújo – Após a extinção do Instituto Brasileiro do Café – IBC, em 1990, a cafeicultura na Bahia ficou acéfala, pois o nosso Estado não tinha estrutura na Secretaria de Agricultura para apoio ao produtor de café. Toda assistência era fornecida pelo ex-IBC. Resolvemos fundar a Assocafé para fazer esse trabalho. A iniciativa surtiu resultado, pois o governo do Estado passou a dar apoio às ações da Assocafé. Criamos concursos de qualidade que tornaram a Bahia um dos maiores produtores de café de qualidade do Brasil, revelando vários campeões. Isso agrega valor à produção e torna o produtor independente.
Embrapa Café – Poderia também mencionar sucintamente quais são as principais regiões produtores de café na Bahia (arábica e conilon).
João Lopes Araújo – A Bahia tem uma região produtora de café conilon denominada Café Atlântico e uma região produtora de café arábica no Oeste, denominada de Café de Cerrado, que tem todas as condições para ser a maior região no Estado no futuro. Tem amplas áreas disponíveis, planas, com água para irrigação e sol o ano todo. E tem ainda três regiões importantes e tradicionais de café arábica aglutinadas em Café de Planalto (Planalto da Conquista, Brejões e Chapada Diamantina).
Embrapa Café – Em relação ao Simpósio Nacional do Agronegócio Café – 16º Agrocafé, quais seus objetivos principais e como contribui para promover a cafeicultura.
João Lopes Araújo – O objetivo do Agrocafé, que está na 16ª edição e tem programação bastante ampla, é discutir assuntos importantes e atuais do mundo cafeeiro, inclusive questões políticas relacionadas ao setor, como a modernização e novações tecnológicas no agronegócio café, A produção, consumo e exportação com qualidade no Brasil e no mundo, Evolução da empresa familiar no agronegócio café, entre outros. Há três anos, agregamos, com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, o Seminário da Cafeicultura Familiar, tendo em vista que mais de 90% dos produtores de café na Bahia são de pequenos produtores familiares. E, neste ano, criamos o 1º Concurso Agrocafé de Barista, com o apoio da Associação Brasileira de Barista.
Embrapa Café – Por que houve a mudança do mês de realização do evento de março para maio, neste ano, e se esse fato repercute de alguma forma no Agrocafé?
João Lopes Araújo – A mudança de data pela primeira vez, nesses últimos 16 anos de realização do Agrocafé, foi um fato inevitável, em decorrência de questões orçamentárias e financeiras. O nosso evento sempre contou com apoio financeiro do Governo Federal e Estadual. E, neste ano, como orçamento ainda não foi aprovado, não foi possível celebrarmos o termo de convênio antes da previsão inicial do Agrocafé, que era o mês de março. Adicionalmente houve o agravante de um decreto presidencial que reduziu bastante os limites de execução dos recursos pelos ministérios, o que impossibilitou a manutenção da data. Entretanto, conseguimos contornar essas dificuldades, mas esperamos que isso não aconteça nos próximos anos.
Embrapa Café – Discorrendo sobre o tema do evento O Agronegócio Café “De Olho no Futuro”, qual acredita ser o futuro do café e os desafios para a sustentabilidade do setor.
João Lopes Araújo – O futuro é difícil de ser previsto, mas acreditamos que o produtor aprende com as lições do dia-a-dia que tem que inovar e se modernizar. Esse é o propósito do Agrocafé para modernizar e estimular a produção. E, ainda, incentivar a adoção da inovação e discutir como fazê-la chegar ao campo. Com todas as dificuldades inerentes ao setor cafeeiro, a Bahia, em 2014, figurou na quarta posição de maior produtor de café no Brasil, atrás de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab.
Embrapa Café – Qual a relevância da realização do 1° Concurso Agrocafé de Baristas durante o evento?
João Lopes Araújo – Sempre tivemos nas edições do Agrocafé cursos de barista, que contam com número bastante expressivo de participantes. A partir dessa demanda esse tipo de curso, surgiu a ideia de movimentar mais ainda o evento promovendo o 1° Concurso Agrocafé de Baristas, que contará com o apoio da Associação Brasileira de Café Barista – ACBB, que busca difundir a utilização dos cafés especiais no mercado interno e promover e participar de eventos relacionados com a promoção dos cafés especiais no País, o que pode contribuir para alavancar o crescimento da produção de cafés especiais na Bahia.
Embrapa Café – Em geral, qual o perfil dos participantes do Agrocafé e como podem ser feitas as inscrições?
João Lopes Araújo – Nosso evento foca o “agronegócio” como um todo. Temos participantes da agricultura familiar, da grande produção, da comercialização e da indústria. Temos também a participação de pesquisadores, extensionistas e lideranças da cafeicultura e da política. Isso faz a importância do Agrocafé. A inscrição deve ser realizada pelo site www.agrocafe.com.br ou ainda pelo e-mail assocafe2010@hotmail.com .
Embrapa Café – Sobre o III Seminário da Cafeicultura Familiar, realizado durante o Agrocafé, qual o perfil desse cafeicultor na Bahia e de que forma pode se beneficiar do evento?
João Lopes Araújo – O cafeicultor familiar tradicionalmente é o que tem tido menos acesso às tecnologias adotadas pelos médios e grandes produtores. Em geral, o cafeicultor familiar não tem acesso a essas tecnologias e, assim, as inovações tecnológicas chegam de forma lenta ou, até mesmo, não chegam aos pequenos. A parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, Federação de Trabalhadores na Agricultura – Fetag e Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar – Fetraf, bem como a identificação e mobilização desses produtores, é fundamental para fazê-los chegar às fontes de informações dessas tecnologias, o que tem dado resultado positivo com eventos dessa natureza.
Embrapa Café – Quais as principais estratégias utilizadas pelo setor cafeeiro da Bahia para que o Estado se tornasse um dos grandes produtores de cafés, inclusive vencedor de vários concursos de cafés especiais?
João Lopes Araújo – Quando fundamos a Assocafé, estabelecemos como meta fazer da Bahia um grande produtor de cafés especiais, já que não temos pretensão de ser um dos maiores em volume. A meta é diminuir a produção do café commodity e aumentar a de café especial. A criação do Concurso de Qualidade Cafés da Bahia, já na sua 13ª edição, tem contribuído para ser a alavanca desse crescimento.
Embrapa Café – Na sua opinião, como a pesquisa cafeeira desenvolvida pelas instituições do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café tem contribuído para a sustentabilidade da cafeicultura da Bahia?
João Lopes Araújo – O Consórcio Pesquisa Café propicia enorme contribuição ao agronegócio café brasileiro ao desenvolver novas cultivares, tecnologias de produção, de colheita e pós-colheita, entre muitas outras, pois é capaz de produzir conhecimento e inovação, a despeito dos parcos recursos investidos na pesquisa. Estamos confiantes de que os recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira – Funcafé que têm sido declinantes nos últimos anos e têm um programa específico no orçamento da União para esse fim, voltarão a crescer e, assim, contribuir para destinar mais investimentos em inovação tecnológica, especialmente neste momento em que as intempéries climáticas nos ameaçam. Na produção de cafés especiais, desde a geração de novas cultivares melhoradas, assim como as tecnologias aplicadas em todas as etapas da produção, do plantio à colheita e pós-colheita, até o beneficiamento e industrialização do café, são fundamentais para obter cafés de qualidade. Para tanto, investimentos em tecnologia e inovação são imprescindíveis.
Embrapa Café – Por fim, em relação à realização do 16º Agrocafé, o que o senhor gostaria de dizer aos cafeicultores da Bahia e do Brasil?
João Lopes Araújo – Quero aproveitar a oportunidade para convidar os cafeicultores e demais interessados e lideranças do agronegócio café a se inscreverem e participarem do nosso evento, que, com certeza, irá abrilhantar a cafeicultura da Bahia e do Brasil. Para tanto, consultem a programação completa, inscrição e informações sobre envio de trabalhos no site www.agrocafe.com.br .
Flávia Bessa (MTb 4469/DF)
Embrapa Café
cafe.imprensa@embrapa.br
Telefone: 61 3448 1927
Lucas Tadeu Ferreira (MTb 3032/DF)
Embrapa Café
cafe.imprensa@embrapa.br
Telefone: 61 3448 1927