Vulnerabilidade só cai com mais dólares

18 de dezembro de 2005 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: JB Online por Marcelo Kischinhevsky (Com Samantha Lima)








O Banco Central
seguirá comprando grandes somas em dólares em 2006 e 2007, prevê a equipe do
Credit Suisse First Boston. Em relatório de mais de 80 páginas sobre a economia
brasileira e os cenários para os próximos anos, o banco lista diversos avanços
no campo econômico, mas ainda vê o país vulnerável a choques externos. Traçando
comparação com outros emergentes de mesmo perfil de risco, o CSFB recomenda
acúmulo urgente de mais reservas. Um bom número, calcula, seria na faixa de US$
85 bilhões – mais do que antes da crise russa, quando a política do real
sobrevalorizado adotada por FH começou a fazer água.

Hoje, para se ter
idéia, com o pagamento antecipado de US$ 15,5 bilhões devidos ao Fundo Monetário
Internacional (FMI), as reservas internacionais estão na faixa de US$ 51
bilhões. Com isso, num ranking de 12 países selecionados pelo CSFB, a
vulnerabilidade do Brasil só fica atrás da atribuída à Costa Rica. Nesse campo,
perdemos para Colômbia, Panamá, Bulgária e Egito. Em alguns casos, de
goleada.

Comprar dólares para compor reservas puxa as cotações, como tem
ocorrido na última semana. Mas esta perspectiva não assusta os economistas do
banco, que prevêem inflação sob controle, na faixa de 5,4% (pelo IPCA,
referência oficial), em 2006 e 2007. Dentro, portanto, da margem estabelecida
pelo governo, de 4,5% com dois pontos percentuais para mais ou para menos. E
isso mesmo com a projeção de dólar cotado a R$ 2,60 ao fim do ano que vem e R$
2,80 no ano seguinte.

A avaliação geral do CSFB sobre o país é positiva,
especialmente no que diz respeito aos principais indicadores. Tanto que o banco
vincula as chances de reeleição do presidente Lula ao desempenho econômico no
próximo ano.

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