O Banco Central seguirá comprando grandes somas em dólares em 2006 e 2007, prevê a equipe do Credit Suisse First Boston. Em relatório de mais de 80 páginas sobre a economia brasileira e os cenários para os próximos anos, o banco lista diversos avanços no campo econômico, mas ainda vê o país vulnerável a choques externos. Traçando comparação com outros emergentes de mesmo perfil de risco, o CSFB recomenda acúmulo urgente de mais reservas. Um bom número, calcula, seria na faixa de US$ 85 bilhões – mais do que antes da crise russa, quando a política do real sobrevalorizado adotada por FH começou a fazer água. Hoje, para se ter idéia, com o pagamento antecipado de US$ 15,5 bilhões devidos ao Fundo Monetário Internacional (FMI), as reservas internacionais estão na faixa de US$ 51 bilhões. Com isso, num ranking de 12 países selecionados pelo CSFB, a vulnerabilidade do Brasil só fica atrás da atribuída à Costa Rica. Nesse campo, perdemos para Colômbia, Panamá, Bulgária e Egito. Em alguns casos, de goleada. Comprar dólares para compor reservas puxa as cotações, como tem ocorrido na última semana. Mas esta perspectiva não assusta os economistas do banco, que prevêem inflação sob controle, na faixa de 5,4% (pelo IPCA, referência oficial), em 2006 e 2007. Dentro, portanto, da margem estabelecida pelo governo, de 4,5% com dois pontos percentuais para mais ou para menos. E isso mesmo com a projeção de dólar cotado a R$ 2,60 ao fim do ano que vem e R$ 2,80 no ano seguinte. A avaliação geral do CSFB sobre o país é positiva, especialmente no que diz respeito aos principais indicadores. Tanto que o banco vincula as chances de reeleição do presidente Lula ao desempenho econômico no próximo ano. |