Na Costa Rica, a cafeicultura sombreada representa 70% do cultivo do café neste país. Para conhecer de perto esta cafeicultura, a pesquisadora Marta Ricci foi convidada pelo departamento de Agricultura e Agrofloresta, do CATIE a realizar uma visita técnic
Na Costa Rica, a cafeicultura sombreada representa 70% do cultivo do café
neste país. Para conhecer de perto esta cafeicultura, a pesquisadora Marta Ricci
foi convidada pelo departamento de Agricultura e Agrofloresta, do CATIE a
realizar uma visita técnica para conhecer melhor os experimentos que estão sendo
desenvolvidos pelo projeto Café: Qualidade,
Ecologia e Diversificação.
O CATIE é uma instituição de pesquisa e ensino
com sede na Costa Rica e que trabalha com outros 13 países membros da América
Central e América do sul, tem como missão contribuir para a redução da pobreza
rural no trópico americano, promovendo uma agricultura e manejo de recursos
naturais competitivo e sustentável, através da educação superior, pesquisa e
cooperação técnica.
“A Costa Rica é um dos
países que lidera o conhecimento sobre café sombreado. Durante a visita tive a
oportunidade de conhecer modelos de SAF´s utilizados no país, o manejo adotado,
especialmente no que diz respeito ao controle da sombra. Por tudo o que vi,
estou convicta que o sombreamento só prejudica o rendimento do café quando o seu
manejo não é corretamente ajustado. O manejo não é coisa do outro mundo, e
apesar de chover menos no Brasil, este modelo de cultivo pode ser perfeitamente
ajustado para as condições brasileiras, especialmente visando os pequenos e
médios produtores orgânicos de café”, explica a pesquisadora Marta Ricci. “Outro
aspecto positivo da minha visita foi a oportunidade de estreitar a parceria com
o CATIE”.
Para a pesquisadora, que coordena
as pesquisas em Cafeicultura orgânica e sombreada da Embrapa Agrobiologia
(Seropédica-RJ), o cultivo do café orgânico deve necessariamente agregar a idéia
da arborização ou do cultivo em SAF´s. Isso porque as árvores reciclam
nutrientes, produzem biomassa vegetal, e quando são da família das leguminosas
introduzem nitrogênio no sistema, sendo uma alternativa para reduzir a
necessidade de insumos, além de proporcionarem um microclima mais propício para
o café, reduzindo o esgotamento da cultura.
Essa cooperação técnica entre Embrapa – CATIE teve início em 2004 quando
o pesquisador do CATIE, Dr. Elias de Melo Virgínio Filho, realizou uma
consultoria técnica na Embrapa Agrobiologia, tendo nesta ocasião ministrado uma
palestra sobre a Cafeicultura na Costa Rica.
“Nesta visita do Dr. Elias à Embrapa, recebi o convite para em 2005,
conhecer os projetos com sistemas agroflorestais com café em andamento no CATIE,
bem como ver de perto a realidade da cafeicultura naquele país. Mais uma vez eu
reforço a idéia de que o modelo de cafeicultura predominante na Costa Rica, isto
é, o cultivo em SAF´s, é de suma importância para viabilizar a cafeicultura
orgânica no Brasil e pode ser perfeitamente adaptado a nossa realidade”,
finaliza Marta Ricci.
Jornalista Isis
Breves – JP 245 13 RJ
Área de Comunicação e
Negócios – ACN – Embrapa Agrobiologia
Telefone:(21) 2682-1500 Ramal 237 ou 245