Venda de café gourmet sobe 15% e supera os R$ 500 mi

Por: Brasil Econômico

EMPRESAS
12/07/2010 
 
Nicho responde por 7% do total de consumo da bebida no país; Café do Centro, Astro e Baggio engordam receita
 
No final da década de 1980, o brasileiro desconhecia o sabor de um café expresso. Naquela época, restaurantes não cobravam pela bebida, que era armazenada em garrafa térmica. No fim dos anos 1990, o conceito de café especial moído na hora já era realidade emalgumas casas, mas não representava nem um traço nas vendas gerais de café no país. Hoje, quase uma centena de indústrias torrefadoras, a exemplo de Café do Centro, Astro Café e Baggio Coffees, cresce dois dígitos ao ano, de carona no aromático rastro deixado pelo café gourmet nas principais capitais brasileiras. Em 2009, o produto gourmet respondeu por 7%de todo o café consumido no país em valor, o equivalente a R$ 470 milhões de um total de R$ 6,8 bilhões comercializados por essemercado. Neste ano, a bebida de nicho poderá movimentar R$ 570 milhões, segundo as apostas de Nathan Herszkowicz, diretorexecutivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).


Nos últimos quatro anos, as vendas de café gourmet têm crescido de 15% a 20% ao ano em volume, enquanto que as do café tradicional avançam, no máximo, 5%. O preço não parece ser um impeditivo. O quilo do café gourmet fica em torno de R$ 35, enquanto o do tradicional sai por cerca de R$ 10. A febre por cafés de qualidade vai além das cápsulas de Nespresso,
da Nestlé, que têm conquistado os apreciadores da bebida. Há cerca de 90 marcas de café gourmet produzidas por indústrias brasileiras especializadas em torrefação e moagem. Uma delas é o Café do Centro, sediado em Adamantina (SP) e pertencente aos primos Rodrigo e Rafael Branco Peres, da família do grupo de agronegócios de mesmo nome.


A companhia faturou R$ 25 milhões no ano passado e deve chegar aos R$ 30 milhões neste ano. Ao todo, seus 45 produtos—de cafés especiais a cappuccino—são vendidos em 3,2mil pontos de venda. Seu cliente mais ilustre é o grupo Fasano, formado por hotéis e restaurantes como Gero, Parigi e Café Armani. O café também está presente em gôndolas de empórios chiques como Santa Luzia e Santa Maria e em redes supermercadistas como a catarinense Angeloni, com 22 lojas espalhadas no Sul do país. Até marca própria para terceiros o Café do Centro produz — caso dos postos de combustível Graal.


Apesar da forte concorrência, Rafael Branco Peres garante que ainda há muito espaço para crescer no Brasil. “Na Itália, a penetração é de aproximadamente 40%”, afirma. Em volume, a taxa do Brasil é de 5%. Umdos canais onde o Café do Centromais cresce é no food service, que abastece de hotéis a cafés. As vendas nesses clientes avançaram 40% em 2009 e devemse repetir em2010. A expansão é outro caminho traçado pela empresa, que vende diretamente em São Paulo e tem dez distribuidoresemoutros estados. Até o início do ano, sua presença em Porto Alegre era inexpressiva. Com um istribuidor na capital gaúcha, agora o Café do Centro comemora a conquista de 30 clientes por mês. O próximo passo édesbravar Salvador. 

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