Um mês marcado por quedas na BM&FBovespa

01/03/2012 
  
 
 
 
Por De São Paulo | Valor


Os preços das commodities agrícolas voltaram a cair no mercado futuro de São Paulo no último mês. Cinco dos seis produtos negociados na BM&FBovespa registraram, em fevereiro, cotações médias inferiores às de janeiro nos contratos de segunda posição (geralmente, os mais líquidos). A única exceção foi a soja, que subiu pelo segundo mês consecutivo.


O café arábica foi o produto que mais se desvalorizou. O preço médio da commodity recuou 5,05%, para R$ 275,54 por saca – menor patamar desde dezembro de 2010. O preço médio do café cedeu quase 25% desde abril, quando bateu recorde, embora ainda esteja muito acima da média dos anos anteriores.


A pressão sobre as cotações da commodity reflete a expectativa de uma grande colheita no Brasil, a partir de maio. De acordo com a Conab, o Brasil pode produzir até 52,27 milhões de toneladas na safras 2012/13, um recorde, mas o número pode ser ainda maior, segundo fontes do mercado.


Os futuros de milho caíram 4,56% em relação à média de janeiro, para R$ 25,78 por saca. Também neste caso, o valor é o mais baixo desde dezembro de 2010. As cotações do grão são pressionadas pelo início da colheita da safra de verão no Brasil, embora a expressiva quebra da safra no Sul do país seja um fator altista no médio prazo.


Os contratos futuros do boi gordo também caíram, 1,92%, para R$ 95,45 por arroba, menor valor desde setembro de 2010. Os preços do boi estão em retração contínua desde dezembro, o que é explicado pelo aumento da oferta de animais terminados em pasto (fenômeno típico do verão), do maior volume de abate de fêmeas e do fraco consumo no começo do ano.


O etanol foi outro produto que registrou seu terceiro mês seguido de perdas. O preço médio apurado em fevereiro, US$ 1.212,71 por metro cúbico, é o mais baixo desde julho. O mercado do biocombustível segue deprimido pelo excesso de oferta, de um lado, e a fraca demanda, do outro. A redução da mistura de etanol anidro na gasolina, de 25% para 20%, fez crescer a disponibilidade de etanol hidratado (aquele vendido na bomba).


Contudo, o consumidor final segue relutante em voltar a abastecer com álcool, uma vez que os postos ainda não repassaram toda a queda dos preços verificada na usina.


A soja foi a grande exceção em fevereiro. Na média, seu preço subiu 3,77% ante janeiro, para US$ 28,46 por saca – nível mais alto desde setembro. Neste caso, o mercado futuro de São Paulo acompanhou de perto a tendência observada na seara internacional. Em Chicago, onde se formam os preços de referência para a commodity em todo o mundo, os preços médios subiram 4,47% em fevereiro.


Os preços da soja são impulsionados pela quebra da safra sul-americana, a previsão de declínio dos estoques globais para o menor nível desde 1996 e a forte demanda por parte da China. (GFJ) 
 
 

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