Tendência mundial para a produção de café sustentável é discutida em Rondônia

A expectativa para o aumento da produtividade do café rondoniense em 2017 é grande.

O encontro realizado na última semana em Ouro Preto do Oeste, entre extensionistas da Empresa Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO), agrônomos e técnicos da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron), Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), trouxe grandes perspectivas para a cafeicultura de Rondônia.

Com o objetivo de complementar o trabalho que já vem sendo feito pelo estado, o Treinamento Avançado do Currículo de Sustentabilidade do Café levantou questões sobre a tendência mundial para a produção da cultura e trouxe experiências inovadoras para quem quer produzir um café de altíssima qualidade.

Apesar de o incentivo à produção de café sustentável ser um trabalho recente, cerca de dois anos, Rondônia teve grande avanço. “Muitos produtores estão aderindo à técnica rapidamente”, comentou Janderson Dalazen, engenheiro agrônomo responsável pelo desenvolvimento do café na Emater-RO.


A proposta chegou a Rondônia em meados de 2015, quando foi assinado um Termo de Cooperação Técnica entre a Emater-RO e o Programa Café Sustentável. Nesse mesmo período deu-se início à capacitação técnica para extensionistas que se tornariam os multiplicadores da ação. Ao longo do período, 150 técnicos foram treinados para trabalhar com a sustentabilidade.


O treinamento foi realizado no Centro de Treinamento da Emater-RO com palestras do consultor Eduardo Sampaio. Engenheiro agrônomo residente no Estado de São Paulo, Sampaio é também produtor de café e tem mais de 30 anos de experiência na área. Durante a palestra, o consultor trouxe na sua bagagem a tendência mundial para a produção de café com qualidade.


Foi dada ênfase também nas práticas agronômicas de produção que poderão ser adotadas no estado visando à melhoria da atividade cafeeira, além de dicas e alternativas para tornar a produção mais eficiente, sempre dentro dos princípios da sustentabilidade. Os participantes tiveram a oportunidade de visitar uma propriedade em Alvorada do Oeste, assistida pela Emater-RO e o campo experimental da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa-RO), em Ouro Preto do Oeste, onde vem realizando pesquisas com a cultura do café.


Segundo o consultor Sampaio, o mundo demanda muita sustentabilidade, mas não é somente no café em si. “É rastreabilidade, como produzir, como usar técnicas e deixar um solo mais produtivo, então são 18 pontos do currículo da plataforma global que a gente reavaliou, trabalhando os indicadores. Ao fazer a extensão rural, teremos a certeza de estar deixando um legado positivo, em termos de natureza social e economia, sobretudo”, disse Sampaio.


O Treinamento Avançado do Currículo de Sustentabilidade do Café está sendo realizado no País nas principais regiões produtoras de café. O mesmo treinamento já foi realizado em Minas Gerais e Espírito Santo e agora Rondônia foi contemplada. A ideia é alinhar o café de Rondônia no contexto mundial atual.


“O que é uma demanda de supermercados, dos grandes ‘traders’, como o café deve ser originado, esse foi o foco principal alicerçado nas práticas agrícolas que trabalhamos no dia-a-dia”, explicou Sampaio, lembrando que o treinamento visou atualizar os técnicos sobre as questões da demanda, mas, sobretudo, visou validar essa demanda em cima da pesquisa do bom trabalho que os extensionistas fazem em termos de manejo de solo, das práticas culturais, da interação com a natureza e, principalmente, temas ligados ao uso da água”.


PROGRAMA CAFÉ SUSTENTÁVEL


O Programa Café Sustentável é uma iniciativa mundial que veio com o objetivo de aumentar o uso de práticas sustentáveis na produção e melhorar o nível de vida dos cafeicultores. Em Rondônia essa ação é coordenada pela Emater-RO com apoio do governo estadual.


Segundo o extensionista da Emater-RO, Janderson Dalazen, vários países já fomentaram o Programa Café Sustentável através da parceria público-privada (PPP). Essas parcerias contam com as principais indústrias ligadas à compra e certificação de café. No Brasil, essa iniciativa chegou em 2012, coordenada pela empresa P&A Marketing que reuniu as instituições de serviços de extensão rural dos principais estados produtores de café brasileiro: Emater-MG, Incaper-ES, Cati-SP, Emater-PR e Emater-RO.


Desse grupo de trabalho surgiu um documento norteador das ações com vistas à melhoria da sustentabilidade da cafeicultura tendo por base o tripé social, ambiental e econômico. Chamado de Currículo da Sustentabilidade do Café (CSC), o documento trata dos temas centrais e fundamentais para a atuação em sustentabilidade, tanto do produtor como do técnico/extensionista, tornando-se uma referência comum para aplicação nas propriedades do café.


A expectativa para o aumento da produtividade do café rondoniense em 2017 é grande. Segundo perspectivas da Companhia de Nacional de Abastecimento (Conab), haverá aumento da produtividade por hectare, das atuais 19 sacas da Safra 2016 para mais de 20 sacas.


Rondônia já é o segundo maior produtor de café conilon do Brasil e o primeiro em café robusta, em se firmando o aumento da produtividade em 2017, a expectativa cresce ainda mais, e esse é um ponto muito positivo.


Com o treinamento em sustentabilidade, o café de Rondônia ganha mais força ainda. O envolvimento da Plataforma Global do Café participando ativamente das ações da cafeicultura no estado é muito importante, pois além de atualizar o corpo técnico sobre as tendências mundiais, poderá abrir o mercado de Rondônia para alcançar outros patamares.


Fonte: Secom – Governo do Estado de Rondônia (Com texto de Wania Ressutti e fotos da Emater-RO)

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