SUSTENTABILIDADE – Medidas para evitar o caos

Por: Jornal de Brasilia

ECONOMIA
12/08/2008
 
Medidas para evitar o caos
 
 
O Brasil deve adotar ações urgentes para evitar que as mudanças climáticas afetem a agricultura nacional de forma significativa, como por exemplo, impedir o avanço do desmatamento. Essa é uma das recomendações dos pesquisadores Hilton Silveira Pinto, da Universidade de Campinas (Unicamp), e Eduardo Delgado Assad, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no estudo Aquecimento Global e Cenários Futuros da Agricultura Brasileira.


Hilton Silveira afirmou que o estudo tem o objetivo de alertar o governo e a sociedade brasileira para o fato de que as mudanças climáticas devem ocorrer, com 95% de probabilidade. E, se nada for feito, o cenário pode não ser nada positivo.


A idéia é fazer uma previsão de medidas tecnológicas para que isso não aconteça, caso os cenários estejam corretos. Entre as medidas indicadas para a agricultura, está a arborização de cafezais, plantio direto, integração da pecuária-agricultura. Essas medidas, segundo Hilton Silveira, além de seqüestrar carbono da atmosfera, fazem com que haja uma proteção ao
desenvolvimento agrícola.


Ele lembrou que o efeito de adaptações como o melhoramento genético, é também positivo. Em relação ao desmatamento, ele destacou que a perspectiva de aumento da produção de biocombustíveis vai ter que respeitar as regras do zoneamento da cana-de-açúcar no País. Elas consideram a probabilidade climática de poder cultivar a cana-de-açúcar nas diversas regiões do Brasil, desde que respeite a potencialidade dos solos, o zoneamento eológico e econômico, as áreas de proteção permanente, as reservas indígenas e assim por diante.


O pesquisador destacou, ainda, a necessidade de se respeitar as áreas de produção de alimentos básicos. Ele acredita que, no futuro, isso vai se tornar uma indicação governamental, uma política pública. As emissões de gás carbônico (CO2) pela agricultura, somadas do desmatamento de terras para cultivo correspondem a até 32% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa, de acordo com relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).

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