Simpósio de Pesquisa abordará manejo ecológico pós-colheita

Área de Comunicação & Negócios da Embrapa Café
11/08/2011
 


Flávia Bessa
 
O VII Simpósio de Pesquisas de Café oferecerá um mini-curso sobre as tecnologias de manejo ecológico pós-colheita, entre várias outras atividades, como palestras e painéis de discussão. Quem vai ministrar o curso é o pesquisador Carlos Eugenio Oliveros Tascon, engenheiro agrícola do Centro Nacional de Investigaciones de Café (CENICAFÉ), da Colômbia. Atualmente, ele pesquisa técnicas de secagem solar e circulação forçada de ar, além de liderar estudos em pós-colheita com o objetivo de eliminar totalmente a contaminação causada no beneficiamento do café.
 
O objetivo do mini-curso é compartilhar resultados que inovaram a tecnologia de produção do café por via úmida em seu país de origem, além de dividir experiências que tiveram êxito na Colômbia e em outros países para a produção com menor impacto ambiental. De acordo com o pesquisador, é possível diminuir o consumo específico da água utilizada no processo de beneficiamento em mais de 95%, além de promover uma redução superior a 90% da contaminação causada pelos subprodutos.
 
O curso também divulgará informações acerca de cada uma das etapas realizadas e resultados técnicos e ambientais obtidos a partir de seus estudos. “Espero que o público compreenda que é possível processar o café por via úmida, com mínimo impacto ambiental, valorização dos subprodutos e obtenção de um café de alta qualidade”, informa Tascon.
 
O produtor colombiano que adota essas práticas sustentáveis não precisa pagar impostos cobrados pela contaminação de fontes de água. Tascon explica que existe também a possibilidade de aproveitar os subprodutos para obter fertilizante orgânico. “O manejo ecológico garante ainda melhor preço para o produto devido ao fato de causar menor impacto ambiental e de permitir a produção de café em áreas com menor disponibilidade de água”, garante.
 
O beneficiamento ecológico do café é vantajoso sob vários aspectos. Do ponto de vista das pesquisas mais atuais, o pesquisador explica que a prática é de grande importância. “Neste processo geram-se elevados níveis de contaminação, causando severa deterioração ambiental quando os resíduos são despejados nas fontes de água, mesmo depois de tratar e reduzir a concentração orgânica em mais de 90%”, observa.
 
Diante disso, é preciso obter tecnologias que busquem a sustentabilidade. “Deve-se diminuir o consumo específico a valores que permitam aproveitar os fluidos como matéria prima para obter produtos, como fertilizantes orgânicos, bioplásticos, entre outros”, propõe o engenheiro agrícola.
 
De acordo com Oliveros, do ponto de vista da produção agrícola, o beneficiamento ecológico também é importante, uma vez que a tendência mundial é utilizar tecnologias limpas. “É possível que os clientes exijam cada vez mais produtos que valorizem o meio ambiente”, prevê.
 
Sobre o evento – O VII Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil será realizado no Tauá Grande Hotel Termas e Convention, em Araxá (MG), de 22 a 25 de agosto. O mini-curso sobre manejo ecológico pós-colheita ocorre no dia 24 do mesmo mês. O evento é uma realização do Consórcio Pesquisa Café, com organização da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Universidade Federal de Lavras (Ufla), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e co-organização da Embrapa Café. Para mais informações, visite o site (http://www.sapc.embrapa.br/index.php/em-destaque/vii-simposio-de-pesquisa-dos-cafes-do-brasil) do simpósio.


 

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