13/02/2011 07:02:00 – Jornal do Commercio – PE
No futuro, quando se falar que o empresário Senhor Abravanel, cujo nome fantasia é Silvio Santos, ficou rico vendendo canetas, depois carnês de pagamentos e que com eles comprou uma televisão terá que se acrescentar que ele importou para o Sistema Financeiro Brasileiro a tecnologia que nos Estados Unidos originou a crise global, os chamados títulos subprime.
Felizmente, só foi no banco dele, o Panamericano, que aplicou o truque. O Banco Central (que se orgulha de ter emprestado apenas R$ 99 bilhões para socorrer os bancos na crise de 2008, quando tinha só de compusório R$ 299 bilhões em caixa), deixou passar um espetacular desvio nas operações do banco, que vendia parte de suas carteiras, não entregava os títulos, pegava o dinheiro e engordava a carteira, vendia de novo sem entregar os títulos até explodir com R$ 4 bilhões de rombo.
O curioso é que mesmo fazendo isso, Silvio Santos vendeu 39% de suas ações a Caixa Econômica que nunca pôs lá um só auditor. Agora, o mais interessante: no dia que o banco quebrou e Silvio Santos aceitou vende-lo, ele deu a maior cartada de sua vida. Pediu a liquidação da instituição, que de rodo levaria junto, além da Caixa (sua sócia), os bancos que haviam lhe socorrido. Isso provocaria o chamado risco sistêmico, E aí o que aconteceu? O BC aceitou que ele vendesse o banco, obrigou a Caixa a colocar mais R$ 10 bilhões para lhe devolver a solvência e garantiu a Silvio Santos ficha limpa, sem que nenhum de seus bens tivesse ficado indisponível. Ele saiu limpo depois de ter sido dono de um banco que deu o maior golpe da praça. É ou não é um gênio o Senhor Abravanel