SEMANA: Preços do café despencam nas bolsas, com expectativa de boa oferta

Preços do café despencaram nas bolsas de futuros na semana, perdendo suportes que vinham sendo conquistados.

13 de fevereiro de 2016 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br)

Porto Alegre, 12 de fevereiro de 2016 – No Brasil, o mercado encontrou melhor sustentação no físico, diante da resistência dos vendedores, embora também aqui as cotações tenham cedido. O feriado de Carnaval naturalmente deixou a comercialização travada internamente, ainda mais com Nova York tendo fortes perdas para o arábica, assim como Londres no robusta.

Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a bolsa de NY para o arábica rendeu-se aos sinais de fraqueza técnica. “Isso frustrou as esperanças de alta dos vendedores. O fato é que o café se ressente de apoio fundamental. E, sem isso, é dificil segurar uma trajetória de alta de forma mais consistente ou alterar a tendência de longo prazo do movimento de preço”, comenta.

Ainda há a questão macroeconômica preocupante. De acordo com Barabach, o café segue muito vulnerável a questões financeiras, especificamente à flutuação do dólar no mundo. O “efeito China” e as dúvidas em torno dos juros nos EUA trazem insegurança e volatilidade ao mercado financeiro, que, por extensão, mexe com o preço da bebida nas bolsas mundiais. Sem uma grande novidade sobre os fundamentos de mercado, o café tende a seguir refém desse ciclo financeiro no curto prazo, observa.

“No lado fundamental, o bom fluxo externo vem garantindo o abastecimento nesse período de inverno no hemisfério Norte. O volume recorde exportado pelo Brasil em 2015 ajuda a trazer comodidade ao abastecimento. E mesmo com o fluxo arrefecendo do lado do Brasil agora em janeiro, não há receio entre os compradores. É que, a menor disponibilidade brasileira deve ser compensada por compras em outras origens. As indústrias mundiais bem compradas de origem Brasil agora concentram seu fluxo mais pesado na Colômbia e Vietnã, que estão mais agressivos no mercado, analisa Barabach.

Para completar, espera-se uma boa safra brasileira este ano, com as chuvas continuando a ajudar a granação. Isso naturalmente pesa sobre as cotações das bolsas.

No balanço semanal em NY, o contrato março fechou a quinta-feira (11/02) a 113,00 centavos de dólar por libra-peso, tendo assim uma queda acumulada na semana de 6,1% no comparativo com a sexta-feira (05 de fevereiro), quando o mercado fechara a 120,40 centavos. Em Londres, o contrato março caiu no mesmo comparativo 3,1%.

Já no mercado físico brasileiro, as cotações permaneceram mais equilibradas, com o feriado tornando a atividade mais lenta e com os agentes sempre atentos ao dólar. No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa caiu de R$ 515,00 a saca na sexta-feira passada para R$ 505,00 nesta quinta-feira. Já o conilon tipo 7, em Vitória/Espírito Santo, recuou de R$ 395,00 para R$ 393,00.

Fonte: Agência SAFRAS

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.