TEMPO REAL
23/02/2010
Seca prejudica lavouras de café do norte do Espírito Santo
09h28
O calor e a seca estão afetando as lavouras do Espírito Santo. No norte do Estado, o café é uma das culturas mais prejudicadas.
As lavouras castigadas são o resultado de mais de cem dias sem chuva no norte do Espírito Santo. Os pés de café estão amarelados. Os grãos foram queimados pelo sol.
“Só tristeza. Eu vejo meus pés de café morrendo e não sei o que faço. A gente irriga, aduba, passa tudo e não vê a resposta por causa da temperatura, que está quente demais”, falou o agricultor Iremar Armani.
De acordo com a Secretaria Estadual de Agricultura, a cafeicultura, que responde por 40% da renda rural do Espírito Santo foi a mais prejudicada. Em todo o Estado, cerca de 90 mil produtores rurais e pecuaristas foram prejudicados por esta estiagem.
As plantações de maracujá estão verdes porque estão irrigadas, mas quase não produzem. As flores morrem ao começar o ciclo e os frutos caem ainda pequenos.
“A gente trabalha animado com a visão de ganhar um dinheiro. Chega uma época dessa, desanima”, falou o agricultor José Leopoldo Almeida.
A longa estiagem no norte do Espírito Santo também maltrata as plantações de pimenta. Em São Mateus, lavouras inteiras foram perdidas.
A falta de chuva e a temperatura de até 38º também matam os frutos do cacau ainda bem pequenos. As flores dos mamoeiros não resistem ao sol tão intenso.
A falta de chuva prejudica também os agricultores do norte da Bahia. O solo foi preparado, mas ainda não foi possível iniciar o plantio da safra.
A terra foi preparada para o cultivo de feijão e milho. Mas a chuva que o agricultor Emerson José da Silva não chegou. O agricultor não plantou nada. “Sabemos que as chuvas estão vindo cada vez mais irregulares. Mas a gente continua se preparando com a esperança que dias melhores cheguem para que a gente possa tirar não só o alimento da gente, mas também para suprir nossos animais”, disse.
Ele mora no distrito de Maçaroca, em Juazeiro, no sertão da Bahia, numa área que não tem projetos de irrigação. Muita gente sofre. É o caso da agricultora Maria Ivone da Silva. Em outubro do ano passado, ela plantou feijão, maxixe e milho. Mas a falta de chuva prejudicou as plantações.
“No mês de outubro teve a chuva e foi bastante forte. A gente disse graças a Deus que iríamos plantar. Então plantamos, mas está morrendo tudo. O restinho que sobrou, acabou”, falou dona Maria Ivone.
Globo Rural