Safra deve crescer 5,1%, estima Conab

Por: Jornal do Commercio

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou ontem a nona previsão para a safra 2005/06 de grãos. A estimativa aponta colheita de 119,7 milhões de toneladas, aumento de 5,1% em relação ao volume colhido em 2004/05, que foi de 113,9 milhões de toneladas. Em relação à estimativa de julho, que indicou colheita de 119,4 milhões de toneladas, o crescimento é de 0,2%. “A produtividade é o principal fator da manutenção deste crescimento. O rendimento aumentou nas lavouras de milho, algodão e arroz”, afirmou o presidente da Conab, Jacinto Ferreira.

Apesar de maior em relação à previsão anterior, a estimativa da Conab, no entanto, ficou 7,3% abaixo da projeção inicial, calculada em outubro do ano passado, ainda na época do plantio, de 123,193 milhões de toneladas. O que derrubou a produção estimada foi a queda na produção de soja.

A produção de oleaginosa foi de 53,426 milhões de toneladas na safra, muito abaixo da estimativa inicial da Conab de colheita de 57,632 milhões de toneladas. “O uso de tecnologia foi menor do que o esperado, o clima não ajudou e houve a incidência da ferrugem asiática”, explicou Ferreira. O uso de tecnologia foi muito inferior ao esperado no Mato Grosso, um dos principais produtores de soja do País. A partir deste mês, a Conab também divulgará informações sobre a evolução das colheitas das principais culturas agrícolas.

De acordo com o levantamento divulgado ontem, 64,9% das lavouras de algodão e 99,2% das lavouras de arroz foram colhidas. Todas as lavouras de soja já foram colhidas. Ferreira lembrou ainda que três fatores determinaram a redução de 25,2% na área plantada com trigo na safra. Os preços de venda do produto, a descapitalização dos produtores e o atraso no plantio devido a problemas climáticos. Esses fatores reduziram em 30,2% a produção de trigo.

A safra foi estimada em 3,4 milhões de toneladas contra 4,87 milhões de toneladas no período anterior. No caso do trigo, ele disse que há uma queda significativa na intenção de plantio para o próximo ano. “Haverá uma queda na produção nacional. O consumo será suprido pelo produto da Argentina”, avaliou. As importações devem somar 6,833 milhões de toneladas contra 5,713 milhões de toneladas em 2005/06. “Nós vamos gastar mais com as importações, mas em compensação haverá uma valorização do produto brasileiro por causa da paridade com a importação e a escassez interna”, avaliou.

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