Produção de café em alta no PR e na BA

28 de fevereiro de 2015 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

Valor Econômico
23/02/15


A colheita paranaense de café deverá atingir entre 1 milhão e 1,1 milhão de sacas neste ano (safra 2015/16), volume quase duas vezes maior que o registrado em 2014 (safra 2014/15), segundo levantamento divulgado na semana passada pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Estado.


Apesar de expressivo, o aumento previsto significa apenas uma recuperação parcial, afirma Paulo Franzini, coordenador do segmento de café do Deral. Ele lembra que em 2013 geadas prejudicaram regiões produtoras afetando sobretudo o resultado de 2014, e que houve grande erradicação de áreas de café nos dois últimos anos.


Em 2013, a área total com a cultura chegou a 82 mil hectares no Paraná, mas atualmente está em 52,9 mil – uma queda de 35%. A expectativa inicial era de que a retração ficaria entre 20% e 30%. Mesmo diante dos problemas, Franzini diz que o Estado ainda tem potencial para produzir 1,5 milhão de sacas de 60 quilos de café, desde que a produtividade média suba.


Segundo ele, já está havendo uma “seleção natural” que tem privilegiado os produtores com melhor nível de tecnologia. A renovação de áreas e a mecanização são apontadas como exemplos para os cafeicultores reduzirem seus custos de produção. A colheita representa cerca de 60% do custo total de produção, e a mecanização pode reduzir esses gastos pela metade, conforme Franzini.


Enquanto a cafeicultura paranaense busca uma recuperação, a da Bahia, quarto maior Estado produtor do grão no país, tenta aproveitar o clima favorável para manter sua relevância no mapa nacional. Apesar de alguns problemas localizados, as principais regiões baianas de café deixaram de sofrer com estiagens após quatro anos seguidos.


Assim, a colheita de café da Bahia deverá crescer neste ano (safra 2015/16) em relação a 2014, principalmente devido à expansão do café robusta (conilon) no sul do Estado, que não enfrentou problemas climáticos nos últimos anos. No total, a Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé) estima que o aumento será de quase 32%, para 2,5 milhões de sacas.


Apesar de os preços da commodity estarem elevados, os custos de produção também subiram, segundo João Lopes Araújo, presidente da entidade. “Estamos esperando que os preços melhorem para recuperar o dinheiro investido nas lavouras”, afirma o dirigente.

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