Por Eduardo Campos | De Brasília
Depois de quatro meses consecutivos de firme alta, as commodities internacionais que têm influência sobre a inflação brasileira apresentaram recuo. Movimento alinhado à valorização do real no período recente. De acordo com o Banco Central (BC), o Índice de Commodities Brasil (IC-Br) caiu 2,82% em setembro após avanço de 3,77% em agosto.
O indicador do Banco Central é construído a partir dos preços das commodities agrícolas, metálicas e energéticas convertido para reais. Seu equivalente internacional, o “Commodity Research Bureau” (CRB), mostrou variação negativa de 3,15% no mesmo período – na conta feita pelo BC.
No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o IC-Br apresentou leve variação positiva de 0,62%. Já no acumulado em 12 meses até setembro, o indicador apontou uma alta de 2,08%. E nos três meses encerrados em setembro, o avanço foi de 3,13%. Já o CRB subiu 6,07% no ano e acumula valorização de 6,76% em 12 meses. No trimestre encerrado em setembro, o indicador internacional subiu 3,72%.
Todos os três subgrupos que compõem o IC-Br apresentaram queda no mês passado após firme valorização em agosto. As commodities metálicas (alumínio, minério de ferro, cobre, estanho, zinco, chumbo e níquel) caíram 3, 95% no mês, após uma arrancada de 9,70% em agosto. No ano, a variação é positiva em 0,30%, e em 12 meses o ganho é de 7,78%.
O grupo de commodities agropecuárias (carne de boi, carne de porco, algodão, óleo de soja, trigo, açúcar, milho, café e arroz) cedeu 2,69% na passagem de agosto para setembro. No ano, a variação está negativa em 0,73%, e acumula queda de 0,82% nos 12 meses encerrados em setembro.
Por fim, as commodities energéticas (petróleo Brent, gás natural e carvão) recuaram 2,39% em setembro. Mas no acumulado do ano, o ganho ainda é de 7,05%. E em 12 meses, a alta desses produtos é de 9,86%.
Apesar da queda do Índice de Commodities Brasil na passagem para setembro, a média móvel trimestral do indicador, que pode ser vista como parâmetro menos volátil de tendência, completou o quarto mês com variação positiva.
Nos três meses encerrados em setembro, a média móvel subiu 1,02% sobre a média dos três meses encerrados em agosto, quando o indicador já havia subido 3,77% sobre a média dos três meses encerrados em julho.