O Pólo de Excelência do Café — da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e que tem a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) como parceira — lança, na próxima terça-feira (19), na Universidade Federal de Lavras (Ufla), o seu Plano de Negócios. O documento orientador promete ser um importante aliado do segmento. Minas é líder nacional na produção de café, concentra grande parte da inteligência do setor, mas quer consolidar essa liderança e se tornar referência nacional e internacional.
Lançado no ano passado pelo governador Aécio Neves, durante a Expocafé, em Três Pontas, o Pólo de Excelência do Café faz parte do projeto estruturador Rede de Inovação Tecnológica (RIT), coordenado pela Sectes. Em fase de estruturação, o pólo, que tem o papel de articulador junto às universidades, centros de pesquisas e empresários, traz em seu Plano de Negócios: diagnóstico e projetos estruturantes que aliam pesquisa, tecnologia, capacitação de recursos humanos e negócios.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alberto Duque Portugal, ressalta que os pólos de excelência, lançados pelo Governo de Minas, estão trabalhando a integração da inteligência das diversas áreas. O fortalecimento da pesquisa, a capacitação de recursos humanos, inclusive com o foco em negócios, são pontos estrategicamente pensados e que visam o fortalecimento do Estado na economia do conhecimento.
De acordo com o gerente executivo do Pólo de Excelência do Café, Edinaldo José Abrahão, não basta a Minas liderar a produção de café, é preciso agregar valor ao produto utilizando a ciência, a tecnologia e a inovação. Os projetos estruturantes trazidos pelo plano começam pela criação do Centro de Apoio ao Empreendedor Inovador, a ser instalado na Ufla, e a criação do Parque Tecnológico do Café, em Varginha, cujo gerenciamento será feito pela Embrapa Café.
Alinhamento estratégico e agregação de valor ao café
Abrahão explica que há necessidade de um alinhamento estratégico na cadeia produtiva do café que é considerada dispersa. A estimativa científica de safra também precisa ser aperfeiçoada com um trabalho em que será utilizado geoprocessamento e uma integração maior entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Conab; IBGE; Emater-MG; Epamig e Ufla.
No aspecto de agregação de valor, a formação de blends, que é a combinação de grãos de diferentes regiões produtoras é uma necessidade. “O mundo não toma café puro, por isso precisamos importar grãos de outras regiões produtoras para fazer o que a Alemanha faz”, argumentou o gerente executivo do pólo. O país europeu, lembrado por Abrahão, não produz café, mas importa grãos do mundo inteiro e faz blends utilizando modernas tecnologias. Ou seja, a Alemanha é o país que mais ganha dinheiro com café, apesar de não produzir o grão.
O Plano de Negócios consta a criação da Agência de Referência e Desenvolvimento do Café e do Centro de Informação de Mercado, ambos serão instalados dentro do Centro de Inteligência do Café, em Lavras.
O último projeto estruturante está ligado à capacitação de recursos humanos com a criação do MBA Cofee Business e outros cursos de pós-graduação lato sensu voltados para formação de especialistas em geoprocessamento; comercialização via mercado futuro; e certificação.
Minas Gerais é o maior produtor brasileiro de café com 22 milhões de sacas (safra 2008), o que significa 50% da produção nacional e 20% da produção mundial. Toda a cadeia produtiva do café emprega direta e indiretamente cerca de 2 milhões de pessoas no Estado, sendo 440 mil empregos diretos. A atividade está presente em 150 mil propriedades mineiras, a maioria delas de pequenos produtores.
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