Os desafios da sustentabilidade

13 de novembro de 2009 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

Os desafios da sustentabilidade
Atualmente, muitas empresas do agronegócio começam a se preocupar com o fator sustentabilidade em seus processos de gerenciamento e produção

Diante disso, vários setores iniciaram uma fase de transformações, e isso inclui desde mudanças na forma de consumir energia, de reutilizar resíduos ou mesmo de implementar novos sistemas de geração de insumos.


Sendo assim, garantir uma gestão sustentável pode significar a eliminação de muitos desperdícios em relação a investimentos, recursos naturais e humanos, constituindo ainda uma forma de evitar o surgimento de passivos extras e possíveis ações jurídicas. No entanto, alguns especialistas acreditam que as empresas do agronegócio só alcançarão suas metas de sustentabilidade se assumirem as novas demandas das áreas econômica, social e ambiental.


Recente pesquisa da Embrapa Meio Ambiente com um grupo de produtores das regiões Sul e Centro-Oeste, revela que as práticas auto-sustentáveis já fazem parte do dia-a-dia rural, gerando benefícios financeiros, com redução de custos. Segundo o estudo, 100% das propriedades adotam a rotação de culturas, a adubação verde/plantio direto e a utilização de curvas de nível; 94,1% promovem a análise de solo; 88,2% cultivam espécies vegetais e animais para abastecer a propriedade; 52,9% usam adubos não-químicos e 64,7% recorrem à integração lavoura-pecuária.


Os desafios da sustentabilidade diante da crescente demanda mundial por alimentos serão abordados no primeiro painel do 11º Congresso de Agribusiness da Sociedade Nacional de Agricultura, por Jean-Yves Carfantan, professor de economia internacional na Escola Superior de Agricultura – ESA, em Angers (França) e consultor da AgroBrasConsult. Também participam do painel, presidido pelo embaixador Flávio Perri, o diretor da CERT ID Certificadora, Augusto Freire, o presidente da Federação de Indústrias do Estado do Paraná, Rodrigo da Rocha Loures, e o advogado paulista Werner Grau.


O Congresso


Em três painéis, autoridades, empresários, produtores, especialistas e representantes de diversas instituições serão convidados a debater temas de interesse,  como segurança alimentar; incremento da produtividade do agronegócio; o papel da inovação e da tecnologia na atual conjuntura, e a questão da certificação e da rastreabilidade para atender à crescente demanda dos consumidores por transparência

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Os desafios da sustentabilidade

Data Publicação: 19/05/06

Por: Jornal: DCI

Negócios com inclusão social representam uma nova fronteira “Não existem empresas bem-sucedidas em uma sociedade falida”. Não me canso de repetir a frase de Bjorn Stigson, presidente do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD). Ela inspira uma estratégia para combater a pobreza e a desigualdade social, e se faz cada vez mais atual. O Brasil e o mundo presenciaram esta semana um dia de caos em uma sociedade insustentável. São Paulo parecia cenário de filme hollywoodiano ou um grande dia de treinamento do que seria uma das maiores cidades do mundo quando chegasse à insustentabilidade. Boatos? Imprensa sensacionalista? Pânico indevido? Realidade nua e crua? Não importa.

O que se viu foram os fatos e “contra fatos não há argumentos” – outra frase de que gosto. O comércio fechou as portas; indústrias pararam suas plantas; empresas dispensaram milhares de trabalhadores e a bolsa de valores cancelou suas operações after market. Tudo pela vida.

O cenário global hoje é preocupante e com tendência de acirramentos de tensões. Segundo dados da ONU, o mundo abriga quatro bilhões de pessoas fora do mercado. No Brasil, a situação é igualmente delicada: somamos mais de 50 milhões de miseráveis, sem acesso a educação, saneamento e energia, de acordo com estatísticas de instituições oficiais. O quadro explica a violência crescente, no Brasil e no restante dos países pobres.Seria injusto afirmar que a sociedade brasileira está de braços cruzados. Segundo o GIFE – Grupo de Institutos, Fundações e Empresas, seus 88 associados investem por ano mais de um bilhão de reais em projetos sociais, culturais e ambientais, próprios ou de entidades parceiras. O governo federal tem como carro-chefe de seus programas sociais o Bolsa-Família, destinado às famílias em situação de pobreza. Contudo, só isso não basta. A nossa posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – que mede o grau de desenvolvimento de um País – é o 72°, comparável a países como Bósnia, Colômbia e Jamaica.

É preciso ir além, criando mecanismos de crédito para a camada de baixa renda no campo e nas cidades, instituindo programas educacionais voltados para a sustentabilidade, e estabelecer um modelo de parceria entre governos e o setor privado que atenda os interesses de todos com uma visão holística, ética e de longo prazo.

Iniciamos hoje em São Paulo o Sustentável 2006, Ciclo de Encontros para proporcionar às lideranças empresariais um fórum privilegiado de debate e troca de experiências. A agenda da sustentabilidade empresarial está evoluindo. Sabemos que ações de conscientização isoladas no tempo e no espaço não são suficientes. Há que se avançar rápido para uma agenda mais pragmática, onde o foco a geração de resultados concretos nas três dimensões – econômica, social e ambiental.

Não acredito em coincidências e este Ciclo – primeira ação direta do CEBDS em São Paulo – começa numa semana em que a cidade está, mais do que nunca, discutindo a sua sustentabilidade. O tema do primeiro encontro da série é o “O desafio da Sustentabilidade” e, apontaremos, ao longo do ano, teoria e práticas que demonstram que a sustentabilidade, para as empresas, muito mais do que uma questão de sobrevivência, pode ainda ser um bom negócio. Exemplos

Apresento aqui apenas dois exemplos que provam que os negócios com inclusão social representam uma nova fronteira de empreendimentos, tendo como um dos principais desafios integrar valores sociais a valores financeiros: a Michelin, por exemplo, está desenvolvendo o programa Ouro Verde, que consistiu no parcelamento e venda de parte de uma área da empresa de dez mil hectares no sul da Bahia. A iniciativa, além de atender a demanda da empresa por matéria-prima, abre uma nova perspectiva de mercado para a população local e garante a preservação dos recursos naturais da região. É um projeto emblemático, pois envolve as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental), com a garantia de crédito, compra do produto, fomento ao mercado local, pesquisa e tantos outros benefícios.

A Amanco comprovou, aqui no Brasil e na Argentina, que é possível inserir sua linha de produção em mercados de baixa renda, vendendo tubos e conexões a preços inferiores aos do mercado convencional, através de um novo modelo de marketing e distribuição. Bom negócio para todos – empresas, população e poder público.

Em resumo, poderíamos definir essa abordagem no conceito de “empreendedorismo sustentável”. A inovação mais radical reside em ver os países e comunidades pobres sob a perspectiva de parceiros e clientes em potencial.

Assim, para se alcançar o sucesso desejado, os projetos em sobrevivência sustentável devem basear-se nas reais necessidades, capacidades e contextos das populações de baixa renda.

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