01/12/2006 17:12:21 –
Da Reportagem
Ricardo de Jesus Castro, 41 anos de idade e 29 de profissão, classificador e provador na indústria de café Floresta, aprendeu o ofício com os melhores profissionais da área e, deles, procura manter a tradição. ‘‘O profissional tem que ser completo, entender o processo que vai da produção à comercialização’’.
Levado pelas mãos do pai João José de Castro, fiel da Bandeirantes de Armazéns Gerais na década de 70, Ricardo costumava passear pelo centro de Santos e, principalmente pela Rua XV, tradicional centro cafeeiro da cidade. Em 1977 ingressou nesse mercado, na função de auxiliar de classificação, no tradicional escritório de Álvaro Vieira da Cunha.
A partir daí, alargou seus horizontes profissionais, sempre voltado para a commodity. Trabalhou nas empresas Comind Exportadora, Marubeni Colorado e na Iguaçu café Solúvel. Os empregos levaram Ricardo para fora da cidade e no Paraná, Franca e Varginha ele teve contato com a área produtiva.
Trabalhar em fazendas de café foi uma escola, conta. Aprendeu a analisar o solo, identificar as necessidades dos grãos do plantio à colheita. Até estatísticas de safra ele fez. ‘‘O classificador tem que identificar a origem do café, isto é fundamental’’.
Como aprendeu com os profissionais mais experientes da área, lembra dos costumes de antigamente. Anos atrás, classificador não usava perfume, não ingeria bebida alcoólica e lavava as mãos apenas com sabão de coco, para que olfato e paladar não fossem afetados. ‘‘Ainda bem que hoje existe desodorante sem perfume’’, brinca.
Sua dica para aqueles que pretendem entrar no mercado é muito trabalho e dedicação. Segundo ele, é fundamental que os iniciantes centrem seu foco no interior, procurem trabalhar em fazendas de café, se envolvam com a área de produção. E aconselha: ‘‘Identificar os tipos de café deve ser uma segunda etapa na profissão’’.