Mineira Nunes Coffee ganha mercado com cafés especiais

Empresa familiar de Patrocínio, no Alto Paranaíba, ganha prêmio nacional da BSCA

2 de novembro de 2017 | Sem comentários Cafés Especiais Produção
Por: HELENICE LAGUARDIA - O Tempo

 
 
Gabriel Nunes O produtor Gabriel Nunes, 28, participou da Semana Internacional do Café, em BH, para mostrar seu café a compradores



PUBLICADO EM 02/11/17 – 03h00


A história da Nunes Cof-fee começou em 1984, quando o produtor de café Osmar Pereira Júnior começou com a plantação em uma fazenda de apenas dez hectares (ha), em Patrocínio, no Alto Paranaíba.Três décadas depois, a área cresceu para 400 ha plantados e, neste ano, veio o Prêmio Cup of Excelence da BSCA (Associação de Cafés Especiais do Brasil) na categoria pulped naturals. A conquista foi um trabalho conjunto de Osmar e do filho Gabriel Alves Nunes, 28, que, depois de terminar a faculdade de agronomia, voltou para a empresa.


O concurso da BSCA tem a participação de 28 juízes de vários países, de acordo com Gabriel. “Isso modificou nosso reconhecimento interno e externo, porque é o concurso mais disputado do Brasil; é como uma Copa do Mundo do futebol comparado a outros campeonatos”, explica.


O café vencedor da Nunes Coffee foi um bourbon amarelo, primeira safra, e está localizado a 930 m de altitude na área produzida em Patrocínio.


De acordo com Gabriel, o foco é na qualidade. “Atendemos muitas cafeterias no Brasil para cafés de altíssima qualidade”, conta, referindo-se ao mercado de cafés especiais que cresce cada vez mais no país.


Depois dos resultados atingidos, Gabriel conta que a meta da Nunes Coffee é estar entre as 20 melhores fazendas cafeeiras até 2020. “Mas acho que já adiantamos essa meta, e vou ter que montar outra. Agora é tentar exportar o máximo possível diretamente (sem atravessadores) e levar o nome da Nunes Coffee para fora do país, para o mercado interno, e sempre participar dos concursos de qualidade entre os melhores”, explica.


Produção. Atualmente, a Nunes Coffee produz 15 mil sacas de café por ano, sendo de 3.000 a 4.000 delas de cafés especiais. “O restante é feito para contratos futuros, exportação, e é direcionado, principalmente para o mercado interno”, detalha.


No mercado, o preço que a Nunes Coffee tem conseguido para a saca tem cifras variáveis. Vão desde R$ 460 a R$ 500 para o café comum, enquanto para o café especial gira em torno de R$ 700, R$ 800, até R$ 1.500. Para o produtor, o custo da saca de café comum tem variado de R$ 380 a R$ 400 na colheita mecanizada. No caso do café especial, o custo fica um pouco mais caro.


Gabriel conta que o trabalho atual envolve também um processo de renovação de algumas áreas do parque cafeeiro em busca de maior qualidade.
Foco. Gabriel Nunes conta que, se pudesse mudar alguma coisa para melhorar o setor cafeeiro, tentaria diminuir um pouco a burocracia. “A política cafeeira não vê o lado dos produtores”, critica.
– O produtor de café Gabriel Alves Nunes explica que, além do bourbon amarelo, a Nunes Coffee tem um campo experimental com mais de 28 variedades cultivadas de café diferentes.


– “Temos uma parceria com a Epamig, este ano também montamos outro campo experimental com 12 variedades, e eu acrescentei mais oito por minha conta”, diz Gabriel.


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