Minas diminui sua produção de café

Os produtores de café ainda estão aguardando o último levantamento com os números da safra 2005/2006, mas tudo indica que Minas Gerais, o maior produtor do país, caminha para fechar o terceiro ano consecutivo com uma participação abaixo da metade da produção nacional.

Historicamente, Minas Gerais produzia mais da metade do café brasileiro. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), neste ano, a safra do Estado deverá representar cerca de 47% do total de café produzido no país, apresentando uma queda de 0,7 ponto percentual em relação ao ano passado, quando o Estado participou com 47,7% do total.

Os números mostram que Minas produziu, na safra 2004/2005, 18,7 milhões de sacas de café de um total de 39,27 milhões de sacas produzidas no Brasil.

A participação mineira na produção do grão já vinha caindo desde a safra de 2003/2004, quando a produção de Minas Gerais representou 42,55% da produção nacional. A produção do Estado à época foi de 12 milhões de sacas e a brasileira de 28,2 milhões de sacas de café.

Ampliação

A queda, no entanto, não atingirá o Espírito Santo. O levantamento da Conab aponta para um crescimento de 20,4% na produção do Estado, saltando de 6,7 milhões de sacas de café produzidas na safra 2004/2005 para 8,1 milhões de sacas nesta safra.

Para o coordenador de cafeicultura da Empresa de assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Marcelo de Pádua Felipe, esse aumento será proporcionado devido a uma política de incentivo do governo estadual para a ampliação da área para plantio do café robusta na região.

A estimativa da companhia é que Minas feche a safra 2005/2006 com 15,6 milhões de sacas beneficiadas das 33,3 milhões produzidas no Brasil. Segundo Marcelo Felipe, Minas deverá apresentar queda de 16,6% na produção, enquanto no Brasil essa queda será de 15,1%.

Estiagem

As chuvas irregulares, a estiagem na região do Cerrado e a alta temperatura em dezembro do ano passado foram os principais fatores apontados por ele para a queda no desempenho de Minas.

Com base nessa projeção, o assessor da comissão técnica de café da Faemg, Rodrigo Pontes, diz que o mercado já esperava uma queda próxima a um ponto percentual neste ano.

“O mercado de café está vivendo a fase ruim da bianualidade. Naturalmente, a produção deste ano tende a ter um desempenho menos significativo que a do ano passado”, ressalta.