Mercado de cafés especiais deve triplicar até 2019 no Brasil, estima Abic

Diretor-executivo de Associação Brasileira da Indústria do Café, Nathan Herszkowicz afirma que a praticidade e barateamento das máquinas de café em cápsulas têm levado as pessoas a optar por esse tipo de produto em suas casas, em detrimento do preparo do café em pó. Foto: Divulgação

Diretor-executivo de Associação Brasileira da Indústria do Café, Nathan Herszkowicz afirma que a praticidade e barateamento das máquinas de café em cápsulas têm levado as pessoas a optar por esse tipo de produto em suas casas, em detrimento do preparo do café em pó. Foto: Divulgação


Pesquisa realizada anualmente pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), para mostrar aos seus associados novos desenvolvimentos do mercado e antecipar tendências de consumo e mudanças que podem afetar toda a indústria, revela crescimento do setor de cápsulas, que deve aumentar três vezes de tamanho até 2019.


Segundo a pesquisa, que entrevistou 50 estabelecimentos em São Paulo e Rio de Janeiro (entre cafeterias e outros), além de 1.078 consumidores de café do Brasil, os cafés especiais devem ganhar espaço. A maioria das vendas em 2015-2019 ainda será gerada pelo produto em grãos e pelo café moído, porém, com maior atenção aos gourmetizados e aos especiais de qualidade que são vistos como sinais de status.


As cápsulas, que são uma categoria em forte ascensão, no entanto, terão as maiores taxas de crescimento global. Lançamentos inovadores em sabores e preços serão drivers da categoria, segundo a pesquisa. Entre 2014 e 2019, o mercado brasileiro de café deverá crescer 7,7%, devido a ascensão das cápsulas, e gerar uma receita de R$ 20 bilhões.


Fonte: Abic

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De acordo com a pesquisa da Abic, os consumidores estão começando a diferenciar o café por tipo de grão, suas intensidades e sabores, e a tendência é se aprimorar. “Em razão da praticidade e do barateamento das máquinas de café em cápsulas, as pessoas devem cada vez mais optar por esse tipo de produto em suas casas, em detrimento do preparo do café em pó”, afirma o diretor-executivo de Abic, Nathan Herszkowicz.


O aumento de oferta de máquinas mais baratas será um grande impulsionador desse nicho de mercado. A queda da patente da Nespresso fez com que se tornasse mais acessível o consumo frequente de cápsulas. No entanto, segundo a Abic, o grande crescimento se dará através de máquinas mais acessíveis como Dolce Gusto e Três Corações, que podem ser encontradas nos principais varejistas.


Fonte: Abic

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MAIOR PRODUTOR


O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café verde (cru, em grãos) e apenas 10% do volume embarcado é do produto torrado e moído, de maior valor agregado. Para atender a demanda interna, nos últimos cinco anos o país quadruplicou as importações de café em cápsula, que demandou US$ 60 milhões, em 2014.  O paradoxo é que, muitas vezes, os grãos que vão para a Europa retornam ao mercado brasileiro, em cápsulas, com um valor muito superior.


Herszkowicz afirma que há um ano, cinco empresas comercializavam cápsulas de café produzidas no Brasil e, atualmente, esse número já chega a 60 (a produção terceirizada por empresas europeias). Ele aposta na mudança de cenário, a partir deste ano, com a entrada em operação de três grandes fábricas de cápsulas.


A Nestlé e a Três Corações estão construindo unidades em Montes Claros (MG), para a produção de cápsulas e monodoses de café. Enquanto a suíça Mocoffee, adquirida pela Wine.com.br, terá sua unidade no Espírito Santo.


Fonte: ABIC

Fonte: Abic


EM 98% DOS LARES


O Brasil é responsável por um terço do café produzido no mundo e boa parte dos grãos de qualidade é absorvido pelo mercado interno, graças ao aumento da demanda do consumidor brasileiro, que está buscando os grãos especiais. A bebida está presente em 98% dos lares, tanto que esse mercado cresceu cerca de 20% nos últimos anos. Em 2014, o consumo per capita alcançou 6,4 quilos de café torrado, ante 4,98 quilos per capita em 2012.


De todo café consumido no Brasil, 36% é feito fora do lar, o que torna atrativo o negócio de cafeterias especializadas, além do consumo da bebida em restaurantes, padarias e outros pontos de venda. Atualmente, o País possui mais de 3,5mil cafeterias.


Diante dessa demanda crescente, parte dos 300 mil pequenos produtores estão investindo em grãos com maior valor agregado visando melhorar o lucro da atividade. Para se ter uma ideia, enquanto um quilo de café commodity é comercializado entre R$ 10 e R$ 25, o preço do quilo dos cafés especiais variam de R$ 30 a R$ 100.


O Sebrae realiza a capacitação e promove a união entre eles para qualificar os produtos para que conquistem indicações geográficas e certificações como fairtrade, UTZ, Rainforest, um diferencial dos grãos brasileiros que garante maior valor de venda.


O Sebrae ajudou a resgatar a produção do café de qualidade superior onde a cultura havia perdido força, como na região da Mata de Minas Gerais, mudando esse cenário com apoio do órgão.


 


Por equipe SNA/SP

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