Melitta faz 100 anos e planeja crescer

30 de julho de 2008 | Sem comentários Consumo Torrefação

AGRONEGÓCIOS
30/07/2008
 
Melitta faz 100 anos e planeja crescer
 
 
De São Paulo
“Minha avó era uma pessoa de personalidade muito forte. Sempre muito correta e independente”, disse ontem, ao Valor, Thomas Bentz, presidente global da Melitta, a maior companhia produtora de filtros de papel e uma das maiores torrefadoras do mundo. O executivo conta que sua avó não era do tipo que fazia bolos e doces e reunia todos sempre à mesa. Não por falta de vontade. É que ela não tinha tempo. Ao inventar o coador de café, Melitta Bentz fundou em 1908 a empresa alemã, que completa neste mês 100 anos de existência. A companhia está há 40 anos no Brasil.


De gestão familiar, a Melitta passou de geração para geração e assim deve continuar, segundo Bentz. “Quando minha avó morreu, eu tinha seis ou sete anos”, disse o executivo. Mas apesar dos laços entre avó e neto terem se rompido cedo, Bentz disse que a empresa, assim como sua família, permanece unida. Isso significa que a torrefadora não pretende abrir seu capital. Pelo menos na gestão de Bentz. “Temos parcerias, mas não temos intenção de ir à bolsa”, disse.


Com faturamento global de R$ 3,3 bilhões em 2007, a companhia poderá crescer mundialmente por meio de aquisições, afirmou o executivo. Ele afirmou, no entanto, que não há negociações em andamento nesse sentido.


Bentz está no Brasil para celebrar os 100 anos de fundação da companhia. E o país é importante porque representa 16% do faturamento da empresa e é o segundo maior mercado da companhia fora da Alemanha. Do Brasil, a Melitta exporta seus produtos para os países da América do Sul.


Segundo Bernardo Wolfson, CEO da Melitta no Brasil, a empresa investiu R$ 150 milhões nos últimos cinco anos, e o mesmo ritmo de aportes poderá ocorrer nos próximos anos. Boa parte dos investimentos feitos pela Melitta foi no aumento de capacidade de produção das duas torrefadoras do grupo no país – Avaré (SP) e em Bom Jesus (RS) – e na fábrica de filtros de papel em Guaíba (RS), e desenvolvimento de novos produtos. “Temos condições de aumentar mais um turno de trabalho, sem precisarmos fazer investimentos em nova fábrica”, disse.


Wolfson afirmou que a empresa pretende fazer aportes anuais de R$ 10 milhões para ampliação da capacidade das atuais unidades instaladas do grupo. A empresa também começou a exportar café verde para a Alemanha e também para outros destinos. (MS)
 

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