LAVOURAS JÁ SENTEM EFEITOS DA ESTIAGEM – CNC

LAVOURAS JÁ SENTEM EFEITOS DA ESTIAGEM – CNC
     SAFRAS (09) – O parque cafeeiro da área de atuação da Cooparaíso – 140 mil
hectares –  já esta sentindo os efeitos da prolongada estiagem que dura cerca de
110 dias. Os técnicos da cooperativa, através dos núcleos nas cidades de Piumhi,
Jacuí, São Tomás de Aquino, Guapé e Altinópolis(SP), numa primeira análise,
estão detectando um grande murchamento de folhas e dos botões florais, que darão
origem aos grãos de café da safra 2007/2008. As informações partem da assessoria
de comunicação do Conselho Nacional do Café (CNC).
     Lavouras novas e recém plantadas além das plantas adultas instaladas em
terrenos mais arenosos e pedregosos, estão sentindo mais os efeitos da falta de
chuva e terão sua produção reduzida. É o que explica Marcelo de Moura Almeida,
gerente do departamento de gestão do agronegócio. “É cedo para mensurarmos o
quanto vamos ter de quebra na próxima safra, mas as lavouras já estão
apresentando um esgotamento”, fala.
     Outros fatores que favorecem o estresse da planta, segundo Almeida são a
baixa umidade relativa do ar, em algumas regiões em nível semelhante a clima de
deserto, e a inversão térmica que é a diferença muito grande entre as
temperaturas diurnas e noturnas. “Em algumas regiões faz muito calor durante o
dia e à noite a temperatura cai consideravelmente. Nestas condições
fisiologicamente a planta perde a referência e desta maneira aumenta ainda mais
o desgaste da lavoura, devido à grande perda de folhas”.
     Desde do ano de 2002 que não acontece um índice tão baixo de chuva entre os
meses de abril e julho. Dados da fazenda experimental da EPAMIG em São Sebastião
do Paraíso apontam um volume acumulado de chuvas nestes meses de 52,6 mm, 3,1
menor que os baixos 52,6mm do ano de 2002.
     Em Varginha, Minas Gerais, de acordo com o PROCAFÉ, o índice pluviométrico
do mês de julho foi de 3,6 mm, muito abaixo da média histórica que é de 20,1 mm.
” Esta situação acarretou um déficit hídrico de 171,3 mm, atípico e excessivo
para a região, com reflexos negativos para a próxima safra”, publica o boletim
de avisos fitossanitários, julho de 2006 do PROCAFÉ.
     Dados da Somar meteorologia apontam que não há previsão de chuvas para os
próximos 15 dias.  “Todos os técnicos da cooperativa estão observando
atentamente o quadro de deficiência hídrica das lavouras”, finaliza. 
 
Semelhanças
     No ano de 2002 o Brasil colheu a maior safra de sua história, mais de 50
milhões de sacas de café. Neste ano as condições climáticas e o déficit hídrico
apresentados durante o período da colheita – maio à julho – aliados à grande
carga colhida ocasionaram uma grande quebra da safra 2003/2004, ano em que o
Brasil colheu 32 milhões de sacas. Em termos de produção e clima, este ano está
parecido ao de 2002. Espera-se uma safra grande. Em toda a área de atuação da
Cooparaiso, a previsão é de colher 2,7 milhões de sacas este ano.
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* Precipitação Média                             ** Produção
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   Ano    Abril    Maio   Junho   Julho   Média   Paraíso  *** Área
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  1998    114,2   100,2     0       0     214,4   182.000    1.594.000
  1999     40,2     0      62,5    3,1    105,8   120.000     1357000
  2000     13,1     20      0      26,6    59,7   145.000     1636000
  2001      37     84,2    2,8     41,2   165,2   120.000     1220000
  2002     4,6     17,6     0      33,9    56,1   320.000     2877000
  2003    122,7     68     4,6     5,2    200,5    97.000     1104000
  2004    140,1   120,6    86,8    32,6   380,1   268.000     2332000
  2005     91,5   200,5    22,5    42,5    357    150.000     1528000
2006 ****   38     2,6      12      0      52,6   290.000     2670000
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* Dados da Fazenda Experimental da EPAMIG em São Sebastião do Paraiso –
** 27 municípios do Sul de Minas e 5 municípios Mogiana Paulista
*** Dados Cooparaiso/ EMATER
**** Estimativa

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