Juros nos EUA derrubam as commodities agrícolas

As cotações futuras das principais commodities agrícolas negociadas nas bolsas de Nova York e Chicago recuaram ontem, pressionadas pelo aumento da expectativa do mercado de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) eleve a taxa básica de juros daquele país em 0,25 ponto percentual, para 5,25%, no fim de junho. A mesma expectativa também gerou a valorização do dólar frente ao euro.

Em Nova York, os destaques foram açúcar e café, que registraram quedas de 1,7% e 2,3%, respectivamente. Na bolsa de Chicago, soja, milho e trigo caíram, na ordem, 1,5%, 1,98% e 3,62%. Vinícios Ito, da Fimat Futures, observou que, no caso dos grãos, o clima chuvoso nos EUA também contribuiu para derrubar as cotações desses grãos no mercado.

“Ainda há uma indefinição sobre se o Fed vai ou não elevar a taxa de juros, mas as commodities reagiram, incluindo as agrícolas, as metálicas e as de energia. Houve um aumento da percepção do mercado de que a taxa de juros americana poderá ser elevada”.

Segundo Ito, nas últimas semanas os fundos iniciaram um movimento de fuga, migrando seus investimentos dos mercados de países emergentes para ativos americanos, considerados mais seguro, fator que tem colaborado para o recuo das principais commodities agrícolas. “A recuperação do dólar frente as moedas do grupo G-7 também tem exercido fator de pressão”.

O analista acredita que há um “exagero” por parte do mercado em relação aos fatores macroeconômicos, mas lembrou que boa parte das commodities agrícolas está com posições compradas. “A mudança de posições de fundos tira o fator de suporte dos preços.” Conforme Ito, os metais foram as commodities que mais recuaram durante o dia de ontem, sobretudo na abertura do pregão. “As commodities de energia já tinham registrado alta elevada desde o final da semana passada.” (MS)