O setor cafeeiro reclamou que critérios definidos em instrução normativa são \”subjetivos\” e que falta técnico treinado. Após pressão da indústria, o Ministério da Agricultura suspendeu, por seis meses, uma das formas de avaliação da produção de café.
A análise sensorial criada pela instrução normativa nº 16, com início previsto inicialmente para fevereiro, estabelece condições para o governo avaliar a qualidade do café torrado e moído. A indústria do setor reclamou dos critérios \”subjetivos\” para a análise de sabor, aroma, acidez e adstringência do café e alegou ainda que faltam profissionais treinados para a função. O governo manteve a data para o início da fiscalização sobre impurezas e umidade -17 de fever eiro-, também prevista na instrução.
Os técnicos da Agricultura e os representantes do setor vão agora tentar adotar novos critérios para realizar a análise sensorial do produto. \”Estimamos que, em seis meses, podemos adotar parâmetros para garantir ao consumidor um bom café\”, disse à Folha o secretário de Produção e Agroenergia do ministério, Manoel Vicente Fernandes Bertone. Segundo ele, neste ano, o governo espera treinar 340 degustadores para a análise sensorial.
A turma inicial, com 20 técnicos, se formará neste mês na UFV (Universidade Federal de Viçosa-MG). A instrução normativa nº 16 interrompe um ciclo de 20 anos de autorregulação da indústria de café. O controle volta a ficar com o governo. As informações são da Folha de São Paulo.