Publicação: 13/06/07
Mesmo com possível revisão para baixo, resultado recorde é garantido
Jacqueline Farid
O IBGE revisou para cima a previsão da safra 2007. Segundo a estimativa de maio, a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas será de 135,1 milhões de toneladas em 2007, 15,5% maior que a do ano passado (117 milhões de toneladas). A estimativa anterior, relativa a abril, era 2,2% menor e apontava uma colheita de 132,3 milhões de toneladas.
O gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, Neuton Alves Rocha, disse que o resultado recorde deste ano está garantido, ultrapassando de longe a marca anterior, de 2003, quando a safra atingiu 123,6 milhões de toneladas. Todas as estimativas divulgadas pelo IBGE para este ano foram revisadas para cima.
Mas Rocha avisa que essa previsão com certeza será revisada para baixo na estimativa de junho. Segundo ele, a revisão não será significativa e resultará da estiagem em Mato Grosso e das geadas no Paraná, que afetam a produção do milho. As geadas previstas para julho e agosto também podem prejudicar o trigo.
No País, a produção em toneladas ficará distribuída da seguinte forma: Sul, 60,5 milhões; Centro-Oeste, 44,5 milhões; Sudeste, 16 milhões; Nordeste, 11 milhões e Norte, 3 milhões. Milho e soja, juntos, responderão por 80% da safra.
A área plantada, segundo a estimativa de maio, é 0,2% maior que a colhida no ano passado, com 45,6 milhões de hectares. Entre os produtos destacam-se a soja , com 20,5 milhões de hectares, e o milho primeira safra, com 9,4 milhões de hectares em 2007. De abril para maio, as revisões para cima ocorreram no café em grão (2,3%), milho em grão segunda safra (7,5%), soja em grão (2,3%) e trigo em grão (6,6%).
ESTOQUES
O IBGE também divulgou a Pesquisa de Estoques relativa ao segundo semestre de 2006, que revelou que 12,8 milhões de toneladas estavam armazenadas no País no fim do ano passado. O chefe da Coordenação de Agropecuária, Flavio Bolliger, disse que esse é um nível histórico, mas alerta que há má distribuição de armazenagem. A rede armazenadora é mal distribuída em relação à produção atual. No Centro-Oeste, por exemplo, a produção é crescente e o armazenamento não segue o ritmo. Dos 9.228 estabelecimentos ativos, a maior parte (42,1%) está no Sul; 24,2% no Sudeste; 21,8% no Centro-Oeste; 8,5% no Nordeste e 3,4% no Norte.