O pesquisador Luiz Carlos Fazuoli, do IAC, recorda que os projetos de pesquisas biológicas com café tiveram início na década de 1930. ”Até então, os cafezais eram formados com sementes derivadas de cultivares importadas, sem nenhuma seleção específica, a não ser aquela feita pelos próprios agricultores, que consistia na escolha dos talhões mais produtivos da propriedade, para daí se retirarem as sementes das melhores plantas”, explica o agrônomo.
Segundo ele, os conhecimentos adquiridos com os experimentos realizado no início do século passado têm sido aplicados ainda hoje no melhoramento das principais cultivares de café arábica, na síntese de novas estruturas genéticas e no aproveitamento de espécies silvestres de Coffea para fins de melhoramento.”Estima-se que 90% dos quase 6 bilhões de cafeeiros do Brasil sejam provenientes de cultivares desenvolvidas pelo IAC. Algumas são à base da cafeicultura de outros países, embora não sejam mais plantados em escala comercial no Brasil”, assinala Fazuoli.
De acordo com o pesquisador, da cultivar Típica, introduzida no País em 1727, às atuais cultivares de porte mais compacto e resistentes a moléstias, foi acumulado um ganho de 240% de produtividade pelo contínuo processo de seleção. ”O primeiro trabalho com o café cereja despolpado sem lavar, atualmente chamado cereja descascado, foi realizado no IAC no início da década de 50. Hoje, esse tipo de preparo do café tem levado produtores de regiões de cafés tradicionalmente de baixa qualidade a ganharem vários prêmios em concursos de qualidade”, comemora. (M.G.)