Data Publicação: 02/04/07
Em março, pela primeira vez desde setembro de 2006 – quando as projeções do USDA passaram a sinalizar o risco de escassez de milho no mercado americano neste ano -, as cotações médias de milho e soja caíram na bolsa de Chicago em relação à média do mês anterior, conforme cálculos do Valor Data baseados nos contratos futuros de segunda posição de entrega. Ironicamente, a “queda dupla” também foi provocada pelo milho, cuja área de plantio nos EUA deve crescer mais do que apontavam as previsões iniciais, embalada pela “febre” do etanol.
O relatório de intenção de plantio de milho nos EUA divulgado na sexta-feira pelo USDA, indicando uma área de 36,6 milhões de hectares em 2007/08, 15,5% mais que na safra anterior, terminou por ampliar a queda das cotações do grão. Antes dos novos números do USDA, o recuo do preço médio em Chicago era de 2,09% em março. Com a divulgação, ficou em 2,5%. Em 12 meses, o milho ainda acumula ganhos de 76,46%.
Paulo Molinari, da Safras&Mercado, diz que antes da divulgação do USDA, o mercado viveu o que ele chama de “TPR” , ou tensão pré-relatório. Para Leonardo Sologuren, da Céleres, houve um ajuste técnico, e o mercado de milho “andou de lado” à espera deste primeiro relatório de intenção de plantio do órgão.
Como subiu à reboque do milho a partir de outubro, a soja também começou a cair em virtude da influência do “primo” hoje mais badalado. E nem a forte redução de área plantada nos EUA em 2007/08, sinalizada pelo USDA na sexta-feira, evitou a queda de 0,49% em seu preço médio em março. “No mercado interno, o grão caiu entre 3% e 6% em março e o óleo de soja ficou estável, por conta da demanda para biodiesel. Mas sobrou farelo [o derivado absorve quase 80% do processamento do grão] e neste caso o preço caiu cerca de 10%. As margens das indústrias estão apertadas”, disse Renato Sayeg, da Tetras.
Ainda em Chicago, o trigo também recuou, 1,28% em relação à média de fevereiro, mesmo com a queda da oferta em importantes países produtores, como a Austrália. Segundo Flávia Moura, da Fimat Futures, a queda reflete os bons estoques dos EUA. Havia uma perspectiva de recuperação por conta uma vez que a área para milho nos EUA deve tirar espaço de outros produtos, como o algodão.
Em Nova York, o destaque positivo foi o cacau, cuja cotação média subiu 6,1% em relação a fevereiro, mas também registraram valorizações o suco de laranja (2,55%) e o algodão (1,97%). No caso do suco, os fundos de investimentos têm ajudado a dar suporte aos preços. “A safra dos EUA é a menor dos últimos 17 anos”, explicou Michael McDougall, da Fimat Futures. No do algodão, é a expectativa de uma área plantada menor nos EUA que tem oferecido suporte, de acordo com McDougall.
No mercado nova-iorquino de açúcar, apesar da boa performance das commodities de energia no mercado internacional os preços continuaram em queda (2,4% na relação entre março e fevereiro), determinada pela maior produção de Brasil e Índia. E no café, finalmente, a pressão de venda por parte dos países produtores ajudou a derrubar as cotações em março (4,59%), segundo Rodrigo Costa, também da Fimat. “Os produtores apostavam que as cotações subiriam, mas sem a firmeza esperada, muitos foram obrigados a vender para fazer caixa”, disse Costa. (Colaboraram AAR e FL)
Em março, pela primeira vez desde setembro de 2006 – quando as projeções do USDA passaram a sinalizar o risco de escassez de milho no mercado americano neste ano -, as cotações médias de milho e soja caíram na bolsa de Chicago em relação à média do mês anterior, conforme cálculos do Valor Data baseados nos contratos futuros de segunda posição de entrega. Ironicamente, a ‘queda dupla’ também foi provocada pelo milho, cuja área de plantio nos EUA deve crescer mais do que apontavam as previsões iniciais, embalada pela ‘febre’ do etanol.
O relatório de intenção de plantio de milho nos EUA divulgado na sexta-feira pelo USDA, indicando uma área de 36,6 milhões de hectares em 2007/08, 15,5% mais que na safra anterior, terminou por ampliar a queda das cotações do grão. Antes dos novos números do USDA, o recuo do preço médio em Chicago era de 2,09% em março. Com a divulgação, ficou em 2,5%. Em 12 meses, o milho ainda acumula ganhos de 76,46%.
Paulo Molinari, da Safras&Mercado, diz que antes da divulgação do USDA, o mercado viveu o que ele chama de ‘TPR’ , ou tensão pré-relatório. Para Leonardo Sologuren, da Céleres, houve um ajuste técnico, e o mercado de milho ‘andou de lado’ à espera deste primeiro relatório de intenção de plantio do órgão.
Como subiu à reboque do milho a partir de outubro, a soja também começou a cair em virtude da influência do ‘primo’ hoje mais badalado. E nem a forte redução de área plantada nos EUA em 2007/08, sinalizada pelo USDA na sexta-feira, evitou a queda de 0,49% em seu preço médio em março. ‘No mercado interno, o grão caiu entre 3% e 6% em março e o óleo de soja ficou estável, por conta da demanda para biodiesel. Mas sobrou farelo [o derivado absorve quase 80% do processamento do grão] e neste caso o preço caiu cerca de 10%. As margens das indústrias estão apertadas’, disse Renato Sayeg, da Tetras.
Ainda em Chicago, o trigo também recuou, 1,28% em relação à média de fevereiro, mesmo com a queda da oferta em importantes países produtores, como a Austrália. Segundo Flávia Moura, da Fimat Futures, a queda reflete os bons estoques dos EUA. Havia uma perspectiva de recuperação por conta uma vez que a área para milho nos EUA deve tirar espaço de outros produtos, como o algodão.
Em Nova York, o destaque positivo foi o cacau, cuja cotação média subiu 6,1% em relação a fevereiro, mas também registraram valorizações o suco de laranja (2,55%) e o algodão (1,97%). No caso do suco, os fundos de investimentos têm ajudado a dar suporte aos preços. ‘A safra dos EUA é a menor dos últimos 17 anos’, explicou Michael McDougall, da Fimat Futures. No do algodão, é a expectativa de uma área plantada menor nos EUA que tem oferecido suporte, de acordo com McDougall.
No mercado nova-iorquino de açúcar, apesar da boa performance das commodities de energia no mercado internacional os preços continuaram em queda (2,4% na relação entre março e fevereiro), determinada pela maior produção de Brasil e Índia. E no café, finalmente, a pressão de venda por parte dos países produtores ajudou a derrubar as cotações em março (4,59%), segundo Rodrigo Costa, também da Fimat. ‘Os produtores apostavam que as cotações subiriam, mas sem a firmeza esperada, muitos foram obrigados a vender para fazer caixa’, disse Costa. (Colaboraram AAR e FL)